Informações
Nível de aprovação pela UnB
Aprovado pela UnB
Nome Completo do Proponente
Henry Maia Peixoto
Matrícula UnB
1106022
Unidade acadêmica da UnB
henrymaiap9@gmail.com
Link Cúrriculo Lattes
Título da Proposta
Vigilância sentinela de base hospitalar para o COVID-19: Características clínico-epidemiológicas, custo da doença, acurácia de testes diagnósticos e percurso terapêutico
Sumário Executivo da Proposta
As doenças emergentes e reemergentes têm se mostrado um desafio para a saúde pública. Dentre os agentes patogênicos capazes de causar pandemias, destacam-se os coronavírus (Cheng et al. 2007; Gao 2018). A família coronaviridae é composta por RNA vírus envelopados, amplamente distribuídos no mundo, que podem causar doenças e agudas e crônicas em diversas espécies animais e em humanos causando afecções respiratórias, gastrointestinais, hepáticas e neurológicas (Weiss and Leibowitz 2011; Chen, Liu, and Guo 2020).
A maior parte das infecções por coronavírus em humanos são auto-limitantes e de baixa gravidade, porém estes vírus foram responsáveis por duas importantes epidemias na última década, com mais de 10 mil óbitos reportados: Síndrome Respiratória Aguda Grave [(SRAG) - severe acute respiratory syndrome coronavirus (SARS-CoV)], em 2009; e Síndrome respiratória do Oriente médio [Middle East respiratory syndrome coronavirus (MERS-CoV)], em 2012 (Weiss and Leibowitz 2011). Assim, estes agentes são reconhecidos de importância dada sua morbi-mortalidade (Wang et al. 2020) e, por conseguinte, seus efeitos sociais e econômicos nocivos às sociedades.
Em 31 de dezembro de 2019 um surto de pneumonia em 27 pessoas foi registrado em Wuhan, na província de Hubei, China (WHO 2020b). Inicialmente de origem desconhecida, os primeiros 30 dias da epidemia causada pelo “novo coronavirus 2019” (nCoV-19) registrou mais de 400 casos de “Doença pelo coronavirus 2019” (COVID-19). Apesar das medidas de contenção adotadas, em menos de um mês dos primeiros registros, casos de COVID-19 foram reportados na Tailândia, Japão, Coréia do Sul, Vietnam, Singapura e Estados Unidos da América (Du Toit 2020; Wang et al. 2020).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a COVID-19 como emergência de saúde pública de interesse internacional (ESPII) em 30 de janeiro de 2020, pela sexta vez na história da organização (WHO 2020c). Em 11 de março de 2020, após um aumento de 13 vezes no número de casos da doença fora da China em duas semanas, com registro de 4.291 óbitos em 114 países (coeficiente de letalidade médio de 3,64%), a organização declarou a COVID como uma “pandemia” – embora os critérios técnicos de pandemia tivessem instalados algumas semanas antes. Ressalta-se que o estado de pandemia não era declarado pela OMS há mais de uma década – desde a pandemia de H1N1 (WHO 2020a).
No Brasil, o estado de emergência em saúde pública de importância nacional (ESPIN) foi declarado em 03 de fevereiro de 2020 (Brasil 2020c); o primeiro caso confirmado de COVID-19 foi registrado em 26 de fevereiro de 2020, em São Paulo; o genoma viral sequenciado em 28 de fevereiro de 2020 (Jaqueline Goes de Jesus et al. 2020); e em 17 de março de 2020, os dois primeiros óbitos decorrente da doença, também no município de São Paulo (Flávia Albuquerque 2020). Até, 16 de março de 2020 a situação epidemiológica era de 234 casos confirmados e 2.064 casos suspeitos, distribuídos em todas as regiões do país. A transmissão comunitária estava declarada nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, e no Distrito Federal (DF) (Brasil 2020b).
A importância da COVID-19, especialmente quanto à sua capacidade de transmissão, morbidade, gravidade das manifestações respiratórias e letalidade, requer medidas preventivas e terapêuticas eficientes. No entanto, apesar de sua magnitude, ainda não existem terapias antivirais específicas para esta doença, sendo os cuidados de suporte a medida terapêutica utilizada e o distanciamento social a medida preventiva recomendada (Brasil 2020a).
Um importante mecanismo de controle de doenças é a identificação da suspeita e diagnóstico oportuno, que vem sendo destacado pela OMS como medida necessária para apoiar a tomada de decisão clínica e política (WHO 2020d). Contudo, devido à diversidade de agentes que podem causar doenças com febre e sintomas respiratórios; o número restrito de recursos (humanos e materiais), incluindo testes diagnósticos; e questões culturais que facilitam a disseminação viral no Brasil, o diagnóstico de 100% dos casos suspeitos representa um desafio.
As estratégias de vigilância sentinela, para outras doenças e agravos, tem se mostrado úteis por trazerem dados de alta qualidade, especialmente em doenças que o sistema passivo de vigilância pode não ser capaz de reportar adequadamente (Racloz, Griot, and Stärk 2006; WHO 2014) – como situações de epidemia. Acrescenta-se a isto que o contexto social e epidemiológico vivenciado em Brasília - amplas desigualdades sociais (BRASIL 2017) e prevalência de comorbidades como tabagismo, diabetes e hipertensão (Brasil 2019) - torna imperativo o monitoramento adequado dos casos e sua evolução.
Pelo exposto, os pesquisadores acreditam que é importante implantar uma vigilância sentinela de base hospitalar em hospital universitário, um dos hospitais referenciados para casos de SRAG. Esta vigilância permitirá monitorar a situação epidemiológica do DF e Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal (RIDE), a partir da identificação e acompanhamento dos casos, ampliando a compreensão dos fatores de risco e de proteção que possam levar a uma melhor compreensão da patogenia e seus riscos a curto e longo prazo, além de compreender os custos advindos de coorte de pacientes internados e fazer a avaliação de novas tecnologia para o diagnóstico rápido da doença.
Tipo da Proposta
Palavras-chave
Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG); Coronavirus Disease 2019 (COVID-19); SARS-CoV-2; coronavirus; vigilância hospitalar
Número de Integrantes da Equipe
22
Nome dos Integrantes da UnB
Henry Maia Peixoto (NMT/UnB); Amanda Amaral Abrahão (NMT/UnB); Ana Flávia de Morais Oliveira (NMT/UnB); Profa. Dayde Lane Mendonça da Silva (HUB); Profa. Elza Ferreira Noronha (HUB); Prof. Everton Nunes da Silva (FCE/UnB); Fabiana Sherine Ganem dos Santos (Ministério da Saúde); Prof. Gustavo Adolfo Sierra Romero (FM/UnB); Prof. Rodolfo Rêgo Deusdará Rodrigues (FM/UnB); Loyane Mayara da Silva Monte (NMT/UnB); Luciana Guerra Gallo (NMT/UnB); Mábia Milhomem Bastos (NMT/UnB); Profa. Maria Regina Fernandes de Oliveira (NMT/UnB); Profa. Micheline Meiners (HUB); Profa. Noemia Urruth Leão Tavares (NMT/UnB); Patrícia Matias Pinheiro (NMT/UnB); Paulo Rufalco Moutinho (NMT/UnB); Sara Cristina Ferreira Gomes (NMT/UnB); Profa. Helen da Costa Gurgel (Departamento de Geografia/UnB); Prof. Rodrigo Haddad (NMT/UnB); Prof. Walter Massa Ramalho (NMT/UnB); Prof. Wildo Navegantes de Araújo (NMT/UnB)
Há integrantes externos à UnB?
Sim
Possui apoio de Grupo de Pesquisa Certificado pela UnB no CNPq?
Sim
Nome/Link do Grupo de Pesquisa certificado no CNPq pela UnB
Laboratório de Avaliação de Tecnologias em Saúde/http://medicinatropical.unb.br/index.php/labs/tecn-saude;Avalição de tecnologias em saúde em doenças negligenciadas (Grupo de pesquisa CNPq); Núcleo de Medicina Tropical/http://medicinatropical.unb.br/
Público alvo
Análise do Contexto
Em 31 de dezembro de 2019 um surto de pneumonia em 27 pessoas foi registrado em Wuhan, na província de Hubei, China (WHO 2020b). Inicialmente de origem desconhecida, os primeiros 30 dias da epidemia causada pelo “novo coronavirus 2019” (nCoV-19) registrou mais de 400 casos de “Doença pelo coronavirus 2019” (COVID-19). Apesar das medidas de contenção adotadas, em menos de um mês dos primeiros registros, casos de COVID-19 foram reportados na Tailândia, Japão, Coréia do Sul, Vietnam, Singapura e Estados Unidos da América (Du Toit 2020; Wang et al. 2020).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a COVID-19 como emergência de saúde pública de interesse internacional (ESPII) em 30 de janeiro de 2020, pela sexta vez na história da organização (WHO 2020c). Em 11 de março de 2020, após um aumento de 13 vezes no número de casos da doença fora da China em duas semanas, com registro de 4.291 óbitos em 114 países (coeficiente de letalidade médio de 3,64%), a organização declarou a COVID como uma “pandemia” – embora os critérios técnicos de pandemia tivessem instalados algumas semanas antes. Ressalta-se que o estado de pandemia não era declarado pela OMS há mais de uma década – desde a pandemia de H1N1 (WHO 2020a).
No Brasil, o estado de emergência em saúde pública de importância nacional (ESPIN) foi declarado em 03 de fevereiro de 2020 (Brasil 2020c); o primeiro caso confirmado de COVID-19 foi registrado em 26 de fevereiro de 2020, em São Paulo; o genoma viral sequenciado em 28 de fevereiro de 2020 (Jaqueline Goes de Jesus et al. 2020); e em 17 de março de 2020, os dois primeiros óbitos decorrente da doença, também no município de São Paulo (Flávia Albuquerque 2020). Até, 16 de março de 2020 a situação epidemiológica era de 234 casos confirmados e 2.064 casos suspeitos, distribuídos em todas as regiões do país. A transmissão comunitária estava declarada nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, e no Distrito Federal (DF) (Brasil 2020b).
Breve Fundamentação Teórica
O coronavírus pertence à família coronaviridae é composta por RNA vírus envelopado que pode ocasionar quadros clínicos agudos e crônicos com comprometimento respiratório, gastrointestinais, hepáticos e neurológicos. O Coronavírus foi responsável por duas importantes epidemias na última década: SARS-CoV (2009) e a MERS-CoV, (2012), com registro de mais de 10 mil óbitos, fato que o torna relevante dada sua morbimortalidade e por conseguinte, seus efeitos sociais e econômicos nocivos às sociedades.
A China informou em 31 de dezembro de 2019 um surto de pneumonia de origem desconhecida em Wuhan, na província de Hubei. Após a identificação da Doença pelo coronavírus 2019 a China registrou mais de 400 casos de (COVID-19), posteriormente foram reportados na Tailândia, Japão, Coréia do Sul, Vietnam, Singapura e Estados Unidos da América fazendo com que a Organização Mundial de Saúde declarasse a COVID-19 como emergência de saúde pública de interesse internacional em janeiro de 2020.
Objetivos e Metas
Geral: descrever aspectos clínicos e epidemiológicos como os custos hospitalares, acurácia e confiabilidade diagnóstica e o percurso terapêutico envolvidos na história natural da COVID-19 na população residente do Distrito Federal a partir da casuística detectada em vigilância sentinela de base hospitalar. Específicos: Descrever os aspectos clínicos dos indivíduos internados com SRAG e/ou SARA por nCoV-19. -Descrever e analisar os custos hospitalares relativos aos pacientes internados com SRAG e/ou SARA por nCoV-19. - Analisar a acurácia a confiabilidade de novas tecnologias baseadas em técnicas rápidas para o diagnóstico da doença respiratória causada pelo nCoV-19. - Descrever a utilização dos serviços de saúde e analisar os percursos terapêuticos de pessoas com SRAG e/ou SARA.
Metodologia
Vigilância sentinela de base hospitalar para SARG/SARA causada pelo COVID-19 no HUB, a partir de casos suspeitos e confirmados (BRASIL, 2020). Os dados serão coletados por questionário padronizado no Redcap com auxílio de tablet, utilizando-se como fonte de informação os prontuários, entrevistas com profissionais de saúde, pacientes ou acompanhantes destes. Os custos na perspectiva dos pacientes serão coletados por meio de inquéritos com os pacientes internados ou seus familiares. Para os custos na perspectiva do SUS, serão coletados dados secundários e primários por meio de microcusteio. Será analisado o percurso terapêutico por georrefenciamento e selecionada uma amostra para avaliação da acurácia e confiabilidade de testes diagnósticos.
Resultados Esperados
No estudo de avaliação econômica, do tipo estudo de custos da doença, com foco em custos hospitalares, custos do paciente e perda de produtividade, pretende-se estimar os custos nas perspectivas do Sistema Único de Saúde, dos pacientes e da sociedade. Serão levantados, descritos e analisados os custos diretos sanitários e não sanitários e os custos indiretos relativos à perda de produtividade. Serão utilizadas técnicas de microcusteio e de macrocusteio. Ainda no que se refere aos custos pretende-se identificar os parâmetros de insumos e equipamentos necessários para pacientes internados por COVID-19 em leito hospitalar e terapia intensiva.
Com o conhecimento da acurácia e da confiabilidade dos testes laboratoriais baseados na detecção de anticorpos da classe IgM e IgG, disponíveis para o diagnóstico da infecção causadas por COVID-19 em pacientes com a síndrome clínica suspeita e em swabs nasais (swab de rayon) armazenados para fins de vigilância, auxiliará a tomada de decisão sobre a incorporação das novas tecnologias diagnósticas na rotina de unidades de saúde públicas com diferentes densidades tecnológicas. Os resultados poderão ser imediatamente aplicáveis no manejo de pessoas com a síndrome clínica suspeita.
A análise do itinerário terapêutico ajudará a compreender os caminhos percorridos em busca de cuidados terapêuticos para COVID-19. A investigação sobre a concordância entre o cuidado recebido e as normas e critérios estabelecidos no âmbito da SES/DF e a compreensão sobre a associação entre os itinerários terapêuticos e as características maternas (demográficas, clínicas e epidemiológicas), podem auxiliar a SES/DF a garantir uma acessibilidade oportuna e contínuo das usuárias aos serviços de saúde do DF.
Área de Conhecimento
Subárea de Conhecimento
Há previsão de Orçamento proveniente na unidade acadêmica?
Não
Cronograma da Execução
Considerando a necessidade da imediata compreensão do novo contexto epidemiológico país por conta do COVID-19, e a sua rápida disseminação, propõe-se o período entre 12-18 meses.
Tempo total de execução previsto
18