Informações
Nível de aprovação pela UnB
Aprovado pela UnB
Nome Completo do Proponente
Deise Matos do Amparo
Matrícula UnB
01038362
Unidade acadêmica da UnB
deiseamparomatos@gmail.com
Link Cúrriculo Lattes
Título da Proposta
COLETIVOS ON-LINE – COL – PSI
Sumário Executivo da Proposta
Este projeto visa a implementação de serviço psicológico emergencial para a situação de pandemia do covid-19. Tratam-se de intervenções de quatro tipos de dispositivos: coletivos de fala, coletivos Balint, atendimentos psicoterapêuticos individuais e práticas integrativas. O público alvo são as populações em vulnerabilidade em função da pandemia e reclusão social.
Tipo da Proposta
Palavras-chave
coletivos, covid-19, dispositivos clínicos on-line, intervenção em crise
Número de Integrantes da Equipe
37
Nome dos Integrantes da UnB
Deise Matos do Amparo , Regina Lúcia Sucupira Pedroza , Valeska Zanello , Alexandre Pantoja , Gregório de Sordi , Paula Stein de Melo e Sousa , Sarah Rayane Cabral Ferraz das Chagas , Rosana Lia de Souza Ferreira , Camila Taunay , Maria Júlia de Melo Amorim Venâncio , Natalha Paloma Rodrigues de Araújo , Sebastião Venâncio Pereira , Fabiana Braga Pereira , Guilherme Almeida Fernandes Martins , Luiza Martins Silva Guimaraes , Lara Beatriz Barros Faria , Cibele Gugel Silva , Amanda Rigaud Cunha , Luiz Otávio Vieira , Veridiana Canezin Guimaraes , Ana Luiza Pereira Chianlli , Janaína Oliveira Melo , Thaynara Deoclides Carvalho , Renata Arouca de Oliveira Morais , Ana Carolina Castro Pereira da Cunha , Adriana Costa Batista , Kênia Cristina Reis da Silva , Thayane Duarte Queiroz , Maria Weila Coêlho Almeida , Roslilane dos Santos , Gracielle Macedo Borges , Tatiane Vieira do Nascimento , Lucce Lopes de Mello , Marcos Andre Viana Ferreira Neto , Daniel Rodrigues Lírio , Elisa Matos Menezes , Luisa Vasconcelos Porto
Há integrantes externos à UnB?
Sim
Possui apoio de Grupo de Pesquisa Certificado pela UnB no CNPq?
Sim
Nome/Link do Grupo de Pesquisa certificado no CNPq pela UnB
VIPAS - Violências e psicopatologias na contemporaneidade: diagnósticos e intervenção clínica
Público alvo
Comunidade Acadêmica | Grupos de Risco | Profissionais da Saúde
Análise do Contexto
A pandemia do COVID-19 tem se alastrado pelo mundo. Atualmente, os dados são: Estados Unidos 142 mil, Itália 97 mil, Espanha 80 mil. No Brasil, no início do ano de 2020 foi ativado o Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública para o novo coronavírus, se constituindo em uma estratégia no Plano Nacional de respostas às emergências em Saúde Pública do Ministério da Saúde, atualmente o país já conta com 4 mil casos de diagnóstico positivo e 136 mortes pela nova doença. A OPAS/OMS (2002) ressalta a importância do asseguramento ao atendimento adequado à populações afetada por desastres no que concerne à saúde mental. Este documento diz que a atuação e inserção dos psicólogos e outros profissionais da áreas relacionadas na situação de desastre e sua gestão deve ser fortalecida, com os profissionais podendo atuar em diferentes momentos de um desastre. Na prevenção, na preparação, durante o desastre e na recuperação do pós-desastre.
Esse contexto atual de pandemia e reclusão social no Brasil tem mobilizado os afetos, as interações e as condições de saúde mental de grande parte da população brasileira. A atenção em saúde mental tem sido demandada em função das angústias, tristezas, isolamento e ansiedades desse novo cotidiano.
Neste cenário temos várias populações de risco e vulnerabilidade. Os idosos que pela faixa etária tem se constituído como uma população de vulnerabilidade social e de saúde (OMS, 2020). Os alunos da Universidade de Brasília que encontram-se no CEU, alojamento estudantil sem vínculos familiares. Outro grupo que tem demandado atenção nesse contexto, tem sido o de profissionais de saúde pelas condições de trabalho e exigências de preparo emocional que tem sido demandado dos profissionais da saúde que atuam na linha de frente do atendimento e encontram-se sob pressão e, muitas vezes, em condições não muito favoráveis para o trabalho.
Desse modo, o projeto de extensão VIPAS - Violências e psicopatologias na contemporaneidade: diagnósticos e intervenção clínica , que tem como objetivo clínico implementar dispositivos clínicos psicoterapêuticos e de mediação e analisar estratégias de intervenção em Saúde Mental no contexto da saúde, pretende desenvolver em parceria com o Sescdf, Serviço Social do Comércio do Distrito Federal, UDF, o projeto COLETIVOS ON LINE – COL PSI como um dispositivo de intervenção e mediação em situação de crise e desastre, visando mediar os traumatismos individuais e sociais do confronto com essa pandemia, favorecendo as interações sociais, a cidadania e os direitos humanos.
Breve Fundamentação Teórica
Nesse momento de pandemia e reconfiguração social com o isolamento de pessoas e famílias, as interações e conexões têm sido permitidas pelos avanços tecnológicos no campo da virtualidade (Gregório, 2014). O uso da internet nos contextos sociais e como apoio nos processo terapêuticos, na superação desses sofrimentos nesse momento crítico foi autorizado pelo CFP (11/2018) e tem se constituído como uma estratégia de profissionais da psicologia visando oferecer atenção à saúde mental às pessoas afetadas em situações de calamidade e desastre, no intuito de manter um padrão mínimo de saúde e normalidade (CEPED, 2010).
Em situações de extrema vulnerabilidade coletiva como essa produzida pelo COVID-19, o cuidado com o outro e a preservação da saúde mental é fundamental e importante nessas situações extremas pois traumatismos comunitários tem ressonâncias e repercutem na vida psíquica e social, tornando-se fundamental a abertura para o espaço de diálogo e compartilhamento de angústias e afetos. Segundo, Costa, Pacheco e Perrone (2016) as situações de desastre levam a possibilidades de experiências reais de traumatismos pois causam um impacto intenso no psiquismo. Nesse sentido a violência traumática permite pensar sobre as possibilidades e vias de simbolização como uma questão interna que está no centro da vida psíquica (Marty, 2007) e no centro de situações sociais extremas como essa Pandemia do COVID-19. Alguns autores ressaltam o papel do meio ambiente e a necessidade de “auxílio externo” nas situações de desamparo que se situam bem no centro do conceito de trauma (Almeida-Prado & Carneiro, 2005; Khan, 1974[1963]). Assim, é importante que as instituições proponham dispositivos criativos que sustente um enquadre, apropriação e a simbolização da experiência vivida (Roussillon, 2010). Onde as características desse enquadre ocorra sob medida, considerando a presença dessa qualidade de meio maleável (Roussillon, 1997; Roman, 1997; Roman, 2015). Nesse sentido propomos que a internet como um espaço transicional e de jogo, quando bem organizado enquanto dispositivo clínico possa oferecer mecanismo de suporte e amparo em situações extremas.
Objetivos e Metas
Objetivos
- oferecer grupos de fala, on line, para populações em situação de vulnerabilidade em função da pandemia e reclusão social pelo COVID-19, idosos, alunos da UnB moradores do CEU- alojamento universitário que encontram-se sem família. Nestes grupos formados por (assistentes sociais), estagiários de psicologia e psicanalista, as angústias poderão ser compartilhadas e sustentadas no coletivo;
- oferecer grupos/coletivos de fala on line, para profissionais de saúde com a pretensão de “cuidar dos cuidadores” que estão na linha de frente do atendimento ao COVID-19. Grupos mediados por psicanalistas, profissionais da saúde, médico, enfermeiro e estagiários de psicologia nos quais as angústias poderão ser compartilhadas e sustentadas no coletivo.
- oferecer, a partir das demandas dos coletivos de fala on line, atendimentos psicoterapêuticos individuais, on line.
- oferecer no formato on line, trabalhos de manutenção da saúde integral, aulas de yoga e cuidados corporais para os participantes do projeto.
- oferecer supervisão aos profissionais que acompanham esses coletivos.
Metas
- implementar 8 coletivos de fala para idosos, com estimativa de 150 atendimentos, para 80 pessoas.
- implementar 2 coletivos de fala para público do CEU – alojamento universitário - totalizando 38 atendimentos para 20 pessoas.
- implementar 4 coletivos Balint para profissionais de saúde, totalizando 76 atendimentos para 40 pessoas.
- implementar atendimentos individuais, on-line para 25% da população atendida, totalizando 500 atendimentos para 35 pessoas.
- implementar 3 grupos de yoga com duas aulas semanais para idosos, alunos do CEU e profissionais da saúde, com estimativa de 200 encontros para 30 pessoas.
- realizar supervisão on-line semanal com os profissionais envolvidos na implementação do projeto, totalizando 36 atendimentos para 25 pessoas.
Metodologia
A proposta metodológica dessa intervenção se configura como uma pesquisa-ação, no modelo clínico-qualitativo, com foco na qualidade dos fenômenos, experiências subjetivas, relações e processo bem como nas implicações individuais e sociais da população atendida (Turato, 2003). As intervenções serão realizadas por meio de dispositivos de grupo e individual. Os grupos serão conduzidos com foco no método Balint (1996), no qual cada participante apresenta um relato sobre um momento de sua prática conflitante ao qual o grupo vai reagir. Esse relato deve seguir o propósito metodológico da associação livre. A partir do momento em que estão em grupos, indivíduos com suas mentes e emoções singulares passam a compartilhar experiências que os coletivizam. Os atendimentos individuais, on line, serão baseados na perspectiva psicanalítica. A partir dos trabalhos de Winnicott (1975) e de suas considerações sobre a vida psíquica e espaço transicional, considerando a realidade virtual (Di Sordi,2014) complementando com Roussillon (2010) que destaca a importância do meio maleável como elemento do enquadre na clínica dos traumatismos. As práticas de Yoga estão sendo propostas como práticas integrativas em saúde mental com vistas a diminuir o stress e a vulnerabilidade do corpo em situações de isolamento social.
Os procedimentos para organizar a intervenção on line segue os seguintes passos: 1. Oferta do atendimento pela internet, com disponibilização na página do SescDF e do CAEP UnB; 2. Organização dos grupos de coletivos pelas especificidades; 3. Realização de encontros semanais previamente agendados na plataforma on line - Zoom; os grupos serão coordenados por psicólogos e psicanalistas e contarão com a presença de médicos, enfermeiros e estudantes de psicologia; 4. Realização de atendimentos psicológicos individuais on line quando necessário; 5. Oferta de atenção integral com práticas de Yoga para os grupos vulneráveis. Todos as intervenções serão acompanhadas de relato de campo com foco nas narrativas dos participantes.
Resultados Esperados
1. Ofertar acompanhamento de grupo para uma população de idosos que se encontra em situação de extrema vulnerabilidade nesse momento de pandemia e isolamento social;
2. Ofertar acompanhamento de grupo para alunos da Universidade de Brasília que encontram-se em alojamento estudantil em situação de isolamento social;
3. Ofertar acompanhamento de grupo para profissionais da saúde que estão lidando com essas situação extrema de desenvolvimento do trabalho em situação de vulnerabilidade;
4. Ofertar atendimento psicológico individual on line para os casos atendidos em grupo que demandem atenção específica nesse momento de vulnerabilidade;
5. Ofertar supervisão para a equipe de profissionais envolvidas no acompanhamento individual e de grupos;
6. Ofertar um modelo de atenção integral a saúde por meio da Yoga para esses grupos vulneráveis;
7. Os dados obtidos com os registros do conjunto das intervenções permitirão desenvolver um modelo de compreensão da situação de vulnerabilidade e das catástrofes sociais considerando o traumatismo psíquico e social;
8. A integração de alunos de Iniciação Científica, de doutorado e mestrado no projeto tem como produto final aprimorar a formação de alunos no que diz respeito aos métodos de pesquisa e conhecimentos na área de gestão de riscos e desastres.
9. Pretende-se contribuir para o desenvolvimento da pesquisa científica na área, bem como divulgar o conhecimento científico por meio da apresentação de trabalhos em congressos científicos, publicação de artigos científicos e capítulos de livro.
10. Visa-se também como produto a geração de novas intervenções e pesquisas relacionadas ao tema de gestão de riscos e desastres, traumatismos comunitários e individuais em situações extremas.
Área de Conhecimento
Subárea de Conhecimento
Há previsão de Orçamento proveniente na unidade acadêmica?
Não
Cronograma da Execução
Levantamento de banco bibliográfico: de abril à dezembro.
Implementação das bolsas IC, apoio social: de abril à junho.
Implementação das bolsas para profissionais vinculados a pesquisa: de abril à junho.
Implementação das bolsas para profissionais pesquisador formador: de abril à junho.
Implementação das bolsas para profissional supervisor: de abril à junho.
Implementação de dispositivos de intervenção em grupo: de abril à julho.
Implementação de um grupo de cuidado dos cuidadores, modelo do grupo Balint: de abril à novembro.
Implementação de práticas integrativas, yoga: de abril à dezembro.
Organização de lives informativas para divulgação na internet: maio e julho
Coleta dos dados: de abril à dezembro.
Organização dos dados para análises qualitativas: de abril à dezembro.
Construção de uma página na internet para divulgação da pesquisa e organização do Seminário de Formação dos profissionais: de abril à agosto.
Realização de seminário, on line, de integração da equipe de pesquisa: agosto e setembro.
Participação e apresentação de trabalhos em eventos científicos nacionais: novembro e dezembro.
Elaboração de artigos científicos: de setembro à dezembro.
Divulgação da pesquisa-intervenção no contexto nacional: junho à dezembro.
Tempo total de execução previsto
9
Categoria do Projeto
Aplicativos, plataformas e algoritmos | Saúde mental | Teletrabalho, telessaúde e ensino à distância