Informações
Nível de aprovação pela UnB
Aprovado pela UnB
Nome Completo do Proponente
José Carneiro da Cunha Oliveira Neto
Matrícula UnB
1016768
Unidade acadêmica da UnB
Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Gestão de Políticas Públicas
joseccon@gmail.com
Link Cúrriculo Lattes
Título da Proposta
Produção Local de Respiradores Mecânicos
Sumário Executivo da Proposta
A presente pandemia representa desafios para diversas estruturas econômico-sociais, demanda a preparação e organização dos recursos técnicos, tecnológicos e industriais para o enfrentamento de suas consequências prováveis, que devem ser ao menos mitigadas.
Os modelos epidemiológicos disponíveis podem indicar tendências, as experiências pregressas de países que estão em fase mais avançada da epidemia auxiliam na delimitação do quadro de necessidades, a possibilidade de mitigação que impeça graves impactos sobre o sistema de saúde é remota ou impossível.
Nesse cenário, países como a China, Estados Unidos e Inglaterra têm organizado suas capacidades industriais e tecnológicas para a produção emergencial de insumos que permitam o devido fornecimento de equipamentos e insumos médicos essênciais à resposta da epidemia em um nível de disponibilidade impossível às cadeias usuais de suprimentos.
Em razão disso, soluções típicas de guerras começas a ser utilizadas. Na Inglaterra a fábrica da Ford produzirá respiradores, com a fábrica da GM fazendo o mesmo nos EUA.
No Brasil, presídios começam a produzir máscaras cirúrgicas e a UFRJ e USP desenvolveram protótipos de Ventiladores Pulmonares de fabricação simplificada, para os quais a produção em massa, necessária ao enfrentamento da situação, demanda a mobilização e gerenciamento de múltiplos recursos industriais.
Deve-se ter em destaque que o desenvolvimento de novos protótipos é desnecessário e improdutivo, já que no atual momento epidemiológico é fundamental se iniciar a produção de lote piloto e a organização da produção em larga escala, ação que o parque industrial e tecnológico do Distrito Federal, desde que devidamente coordenado, pode realizar.
É evidente, ainda, que outras duas ações são necessárias: organização e garantia de manutenção; e, redistribuição e reciclagem dos ventiladores excedentes pós o término da epidemia.
A presente proposta busca avançar exatamente nesse importante hiato de capacidade produtiva emergencial, mapeando e organizando, no DF, um plano emergencial para a produção, manutenção e posterior reuso de respiradores hospitalares e outros insumos de capital necessários ao enfrentamento da pandemia.
Preliminarmente, a equipe já mapeou indústrias diferentes, todas localizadas no Distrito Federal, que podem ter seus parques fabris remodelados para a produção de respirados e outros equipamentos hospitalares.
No Lago Sul há uma empresa de base tecnológica que produz aspiradores neurológicos, com instalações certificadas e câmara esterilizada. No Riacho Fundo há uma Design House de semicondutores e uma fábrica montadora de circuitos eletrônicos, no Polo Industrial JK há uma empresa como injetores de polímero e dois laboratórios com salas esterilizadas. Há empresas com filtros HEPA em seus estoques. No SAAM há uma empresa especializada na logística de produtos químicos e farmacêuticos.
Com coordenação, esse complexo tecnológico-industrial que, no momento encontra-se ocioso em razão das ações de isolamento social, pode ser preparado para a produção de respiradores e outros equipamentos para que, quando e se necessário, possa rapidamente suprir o déficit de equipamentos no DF e entorno, auxiliando na redução da taxa de mortalidade associada à internação.
Tipo da Proposta
Palavras-chave
Ventiladores, Logística, Industrialização, Lote Piloto, Parceria Público-Privada
Número de Integrantes da Equipe
11
Nome dos Integrantes da UnB
José Carneiro da Cunha Oliveira Neto, ADM/FACE/UnB, Paulo do Pin Calmon, Professor IPOL/UnB, Antônio Nascimento Júnior, Professor ADM/FACE/UnB, Roberto de Góis Ellery Júnior, Professor ECO/FACE/UnB, Luiz Guilherme de Oliveira, Professor FUP/UnB, Victor Gomes e Silva, Professor ECO/UnB, Três alunos de pós-graduação (a serem selecionados em chamada pública), Participantes Externos Dois Doutores (a serem selecionados em chamada pública)
Há integrantes externos à UnB?
Sim
Possui apoio de Grupo de Pesquisa Certificado pela UnB no CNPq?
Sim
Nome/Link do Grupo de Pesquisa certificado no CNPq pela UnB
Público alvo
Análise do Contexto
O Covid-19 exerce pressões sobre o sistema de saúde muito superiores à demanda utilizada para seu dimensionamento.
DASA (2020) consolidou um conjunto de estudos que evidenciam o ciclo da doença e seus impactos na infraestrutura hospitalar.
Segundo os dados, 10% dos doentes demandam internação em leio comum, ao tempo que 5% precisam de internação em UTI. Walker et al. (2020) utiliza dados mais otimistas, com internação em leito comum de 4% dos infectados e em UTI de aproximadamente 45% desse valor.
Atualmente, o Distrito Federal dispõe de 2.127 respiradores hospitalares. Mesmo adotada a visão mais otimista de Walker et al. (2020), para um quadro de contaminação de 25% da população do DF, seriam necessários, em um mesmo momento do tempo, carca de 10.000 respiradores apenas para os casos de Covid-19, número muito superior ao disponível, em um quadro onde o ciclo da epidemia é similar em múltiplas regiões do país, o que deve dificultar redistribuições regionais.
No momento não são necessários novos projetos de respiradores, e isso seria improdutivo, já que UFRJ e USP desenvolveram protótipos que podem ser produzidos em larga escala, om forma e as técnicas de construção de uso livre. No entanto, faz-se necessário o início da produção dos lotes piloto para, na sequência, se massificar a produção dos equipamentos.
É esse o desafio que projeto busca enfrentar. Reunir as capacidades produtivas de múltiplos atores no DF para, em uma curta janela de tempo, garantir ao Distrito Federal a organização necessária à produção mensal de ao menos 1.000 respiradores, que deverão ser devidamente mantidos enquanto estiver em uso.
Breve Fundamentação Teórica
Os locais afetados pelo Covid-19 enfrentaram pressões em seus sistemas de saúde. Dos equipamentos básicos, os respiradores hospitalares foram aqueles que se mostraram mais fundamentais à preservação da vida. Atualmente, o Distrito Federal possui 2.127 aparelhos (DATASUS).
Caso as estimativas de Walker et al. (2020), ou as reportadas por DASA (2020) e Oliveira Neto (2020) estejam corretas, ou ao menos próximas da tendência, o DF enfrenta um déficit de até 10.000 respiradores. Por mais que haja uma organização federal que busque redistribuir respiradores conforme a necessidade, há indícios de que os ciclos da epidemia ocorrem simultaneamente em diferentes lugares do Brasil, fato que deverá tornar a disponibilidade nacional insuficiente.
Viabilizar a produção local, com a adequada manutenção, a partir do parque produtivo já operacional e de projetos existentes é de vital importância para a melhoria das chances de sobrevivência dos pacientes que forem internados no pico da epidemia.
Objetivos e Metas
O principal objetivo é a organização do parque produtivo já instalado no Distrito Federal para a produção emergencial de ventiladores hospitalares. Estima-se que o déficit atual em relação ao necessário no pico da epidemia possa chegar a 10.000 aparelhos.
Esse projeto pretende organizar uma capacidade local para a produção de ao menos 5.000 unidades, com a efetivação de um lote piloto de 20 unidades, e a formação de uma logística adequada de manutenção dos equipamentos produzidos e distribuídos.
Ao término da epidemia, haverá excedente de respiradores, que devem ter seu reuso devidamente organizado sob risco de se tornarem sucata nas unidades hospitalares, então o projeto também dará destinação final aos equipamentos, garantido sua reciclagem ou descarte adequado.
Objetivos específicos:
a) Mapeamento das capacidades produtivas e equipamentos das indústrias selecionadas;
b) Definição do modelo de produção mais factível;
c) Organização de fontes de custeio;
d) Modelo de gerenciamento da cadeia de insumos e das etapas de produção;
e) Divisão de competências nos elos de produção, com a estimativa das necessidades de importação ou da possibilidade de substituição dos componentes;
f) Produção de lote piloto com 20 unidades;
g) Organização e supervisão do sistema de testes, produção e controle de qualidade;
h) Gerenciamento do processo de manutenção e assistência; e,
i) Organização da logística reversa pós epidemia dos equipamentos produzidos.
Metodologia
Das capacidades produtivas de empresas do DF, mapeadas pela equipe, companhias com capacidade para a produção de respiradores serão integradas numa cadeia produtiva horizontal, gerenciada pela equipe da UnB.
Uma produtora de aspiradores neurológicos responde pela montagem final e teste dos equipamentos. Duas outras empresas que dispõem de injetores de polímero e bancadas para montagem de circuitos integrados responderão pela montagem de partes específicas do produto, em um modelo horizontal de produção. O gerenciamento da logística e será responsabilidade da equipe da UnB.
Os ventiladores serão baseados nos protótipos da UFRJ ou USP, adotado o de industrialização mais viáveis.
Resultados Esperados
Os principais resultados esperados são:
a) Produção do lote piloto de 20 unidades, com recursos do projeto;
b) Organização de capacidade industrial capaz de produzir ao menos 1.000 equipamentos por mês, com a obtenção de outras fontes de financiamento, para um máximo de 5.000 equipamentos;
c) Organização da distribuição e manutenção dos equipamentos; e,
d) Plano de logística reversa para quando da conclusão da epidemia.
Área de Conhecimento
Subárea de Conhecimento
Há previsão de Orçamento proveniente na unidade acadêmica?
Não
Cronograma da Execução
Organização do Parque Produtivo: mês 1;
Avaliação do Modelo mais Viável: mês 1;
Produção do Lote Piloto: mês 1 e 2;
Produção Industrial (Acompanhamento): do mês 2 ao 6;
Manutenção dos Equipamentos (Acompanhamento): do mês 2 ao 10;
Logística Reversa: mês 11 e 12.
Tempo total de execução previsto
12