Informações
Nível de aprovação pela UnB
Aprovado pela UnB
Nome Completo do Proponente
Ciro Martins Gomes
Matrícula UnB
01097733
Unidade acadêmica da UnB
cirogomes@unb.br
Título da Proposta
O USO DA FOTOTERAPIA DE UVB COM BANDA ESTREITA NA PREVENÇÃO DE INFECÇÕES VIRAIS HOSPITALARES DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19: UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO E ABERTO
Sumário Executivo da Proposta
Introdução e objetivos: O novo coronavirus SARS-CoV-2, disseminou-se por diversas regiões do mundo. A doença é caracterizada por uma pneumonia de origem viral. A demora para desmame da ventilação mecânica coloca os profissionais de saúde como categoria de risco para doença laboral. A radiação ultravioleta (UV) é conhecida por seus efeitos deletérios aos ácidos nucleicos. Apesar da UVC ser a mais efetiva (260nm), as radiações UVB e UVA também alteram o material genético dos vírus. Acreditamos que o tratamento de profissionais de saúde com UVB de banda estreita ainda vestidos com EPI antes do descarte possa reduzir a chance de contaminação por COVID-19. O principal objetivo do presente estudo é avaliar o risco relativo da infecção por COVID-19 em pacientes utilizando a modalidade de fototerapia. Objetivamos ainda montar setor alternativo, para processamento de exames de COVID-19 no Hospital Universitário de Brasília. Metodologia: Serão incluídos profissionais de saúde do Hospital Universitário de Brasília – HUB, que tenham contato direto com pacientes internados. O desfecho primário para este estudo será a infecção comprovada por COVID-19 a qualquer momento medido até 6 meses após recrutamento. Como intervenção faremos sessão de fototerapia UVB banda estreita por 5 minutos mais técnicas usuais de assepsia, comparado com o uso isolado das técnicas usuais de assepsia. A influência de diversos fatores de risco em relação ao tempo vai ser medida pelo modelo Cox proportional hazards model.
Tipo da Proposta
Palavras-chave
Palavras chave: SARS-CoV-2, Infecção, Proteção, fototerapia.
Número de Integrantes da Equipe
11
Nome dos Integrantes da UnB
Ciro Martins Gomes, Licia Maria Henrique da Mota, Patrícia Shu Kurizky, Cleandro Pires de Albuquerque, Valéria Paes Lima, Ana Paula Monteiro Gomide Reis, Felipe von Glehn,
Flávia Dias Xavier, Agenor de Castro Moreira dos Santos Júnior, Ricardo Camargo, Tamara Correia Alves Campos.
Há integrantes externos à UnB?
Não
Possui apoio de Grupo de Pesquisa Certificado pela UnB no CNPq?
Sim
Nome/Link do Grupo de Pesquisa certificado no CNPq pela UnB
Público alvo
Análise do Contexto
Em janeiro de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência mundial relacionada a uma nova infecção viral que teve seu epicentro na Província de Hubei, China [1]. O novo coronavirus SARS-CoV-2, disseminou-se por diversas regiões do mundo e foi considerada uma pandemia [1]. No momento, a doença tem o maior número de casos na Europa, mas a preocupação em países em desenvolvimento é crescente.
A doença é caracterizada por sintomas variáveis, mas os casos graves resultam em uma pneumonia de origem viral [2]. Pacientes idosos ou com comorbidades como a diabetes mellitus podem necessitar de cuidados hospitalares semi-intensivos e intensivos. Esta característica da doença e a demora para desmame da ventilação mecânica [3] coloca os profissionais de saúde como categoria de risco para doença laboral [4]. Apesar das inúmeras cautelas e usos de equipamentos de proteção individual (EPIS), a contaminação de profissionais de saúde é alarmante. Muitos advogam que a transmissão ocorre durante o descarte e retirada dos EPIs, apesar dos cuidados de proteção das mucosas e das vias aéreas. Muitas estratégias de descarte desses materiais vêm sendo estudadas, bem como o uso de substâncias alcoólicas e detergentes [5]. É também notória a escassez de centros de referência para detecção do COVID-19.
Breve Fundamentação Teórica
As terapias com radiação ultravioleta (UV) são utilizadas para o tratamento de dermatoses com comprovada segurança e efetividade [6]. Os efeitos colaterais agudos como queimaduras podem ser evitados pela aplicação de doses iniciais adequadas para cada fototipo, aumentando-se progressivamente. Os efeitos no longo prazo são dose dependentes, evitados pela realização de menos de 200 sessões de tratamento.
Essas terapias têm potencial efeito tóxico contra moléculas de ácido nucleico, incluindo contra patógenos como os vírus [7-9]. A radiação UV é o maior agente virucida natural, alterando quimicamente o DNA e o RNA, resultando em sua destruição. Apesar da UVC ser a mais efetiva (260nm), as radiações UVB e UVA também alteram o material genético dos vírus [9]. Acreditamos que o tratamento de profissionais de saúde com UVB de banda estreita ainda vestidos com EPI antes do descarte possa reduzir a chance de contaminação por COVID-19, com baixíssimo risco aos participantes.
Objetivos e Metas
Geral:
Observar o efeito da fototerapia na prevenção da infecção laboral por COVID-19.
Específicos:
- Montar laboratório com nível de segurança adequado para auxiliar o diagnóstico da COVID-19 realizado pelo LACEN-DF, reduzindo a sobrecarga dessa instituição.
- Avaliar o risco relativo da infecção por COVID-19 em profissionais da saúde utilizando a fototerapia + técnicas usuais de assepsia em comparação às técnicas usuais de assepsia isoladas.
- Avaliar a infecttividade e mortalidade por COVID-19 em profissionais da saúde utilizando fototerapia.
- Avaliar a carga viral de COVID-19 em amostras de EPI antes e após o uso da fototerapia.
Metodologia
Ensaio clínico randomizado com profissionais da saúde, que tenham contato direto com pacientes.
Intervenção:
Sessão única de fototerapia UVB banda estreita com 300mJ/cmÇ (fototipo I) por 5 minutos no aparelho Câmara Prolumina de Fototerapia UVB Narrow Band (Prolumina, Cotia, São Paulo, Brasil) após cada turno de trabalho. Associada às técnicas clássicas de assepsia. Serão também coletadas amostras das máscaras destes profissionais antes e depois da fototerapia, seguida de realização de RT-PCR para medição de RNA viral. Serão excluídos profissionais que tenham contraindicações à fototerapia. A comparação será feita com profissionais que fizeram somente as técnicas clássicas de assepsia.
Resultados Esperados
Criação de laboratório com nível de segurança adequado para diagnóstico do COVID-19 na rede de saúde do Distrito Federal, reduzindo a sobrecarga atual do sistema. O desfecho primário para este estudo será a infecção comprovada do profissional da saúde por COVID-19 a qualquer momento medido 6 meses após recrutamento. Desfechos intermediários e alternativos incluirão a presença de sintomas gripais, e familiares infectados por COVID-19. Espera-se avaliar 430 profissionais. Comparando-se os profissionais submetidos a fototerapia com aqueles não tratados, estima-se que o risco de infecção e transmissão por COVID-19 seja menor.
A fototerapia UVB banda estreita é utilizada de forma contínua pela equipe de dermatologia do Hospital Universitário de Brasília. A incidência de efeitos colaterais é mínima em pacientes com a pele exposta e acreditamos que será muito provavelmente inexistente quando tratados pacientes com uso de EPIs. Estes efeitos serão minimizados pelo pequeno número de sessões previsto. Há ainda o risco de aumento no número de infecções pelo COVID-19 pela maior demora na retirada dos EPIs, no entanto este risco é improvável dada a rapidez da intervenção (apenas 5 minutos em um plantão que dura geralmente 12 horas).
Área de Conhecimento
Subárea de Conhecimento
Há previsão de Orçamento proveniente na unidade acadêmica?
Sim
Valor da previsão de financiamento da unidade
R$17.000
Cronograma da Execução
Submissão CEP – CONEP - Abril 2020
Início coleta de dados - Abril a setembro 2020
Análise dos dados - Outubro de 2020
Redação dos trabalhos - Outubro a novembro de 2020
Publicação e apresentação dos resultados - Dezembro de 2020
Tempo total de execução previsto
9