Informações
Nível de aprovação pela UnB
Aprovado pela UnB
Nome Completo do Proponente
Silene de Paulino Lozzi
Matrícula UnB
131156
Unidade acadêmica da UnB
silozzi@gmail.com
Link Cúrriculo Lattes
Título da Proposta
O que pode ser apreendido de políticas sociais e educacionais aplicadas em diferentes contextos no enfentamento da Covid-19? O que pode nos ajudar no enfrentamento de outras situações emergenciais e de calamidade?
Sumário Executivo da Proposta
No enfrentamento da pandemia que assola a humanidade no momento, diferentes países e instituições utilizam recursos distintos no tratamento do problema sob o ponto de vista socioeconômico e trabalhista. Políticas de distanciamento e isolamento social não são unânimes e conduzidas com o mesmo rigor, o que implica em consequências na contenção da Covid-19 e o cenário catastrófico que provoca. Além de gerir as consequências do impacto social e econômico dessas medidas, os governos dos países afetados são responsáveis pela gestão de assuntos como a educação, tanto básica quanto superior nesse processo. No Brasil, foi determinada pelo Ministério da Educação a suspensão do ensino presencial no nível Superior. Vários estados determinaram também a suspensão de aulas presenciais na Educação Básica, com proposta de ensino a distância durante esse período. No entanto, não foram divulgadas medidas concretas de apoio ao ensino à distância, a ser primeiro realizado no nível médio da educação básica. O Ministério da Educação e Secretarias de Educação asseguram disponibilizar recursos e ferramentas educativas nesse processo, mas a condição de pobreza da maior parte da população brasileira indica que nem todos possuem sequer acesso a computador e internet em suas casas. Além disso, grande número de pais brasileiros não foram liberados com amparo normativo para acompanhar os filhos em “homeoffice e homescholling” e sequer estão seguros que poderão manter seus empregos. De modo diferente, o Conselho de Ministros português aprovou decreto-lei que autoriza que ao menos um dos pais de crianças até 12 anos faça “homeoffice” recebendo sua remuneração integral, no caso de servidores públicos, ou no caso de trabalharem no setor privado, 2/3 de seus vencimentos, garantidos pelo empregador e seguridade social. Essa diferença normativa, além das condições adversas em que são estruturadas grande parte das famílias brasileiras, deve apontar para diferentes condições de enfrentamento da pandemia e do processo educacional realizado durante esse período. Essa proposta de pesquisa visa discutir e avaliar os resultados das diferentes políticas socioeducacionais aplicadas na educação básica do Brasil e de Portugal. Para tanto, estudantes e docentes de duas instituições de ensino médio públicas, localizadas uma em Lisboa e outra em Taguatinga (DF), relatarão, por meio de questionário semiaberto em entrevista semiestruturada sua experiência de ensino-aprendizagem durante a suspensão das aulas presenciais, considerando expetativas, apresentando relatos, críticas e sugestões sobre recursos e metodologias utilizadas durante a experiência de educação durante a pandemia, fornecendo subsídios para o planejamento de políticas socioeducacionais a serem aplicadas em caso de necessidade futura. Cientistas alertam para a possibilidade do surgimento de novas pandemias e o despreparo atual no que diz respeito a políticas educacionais e ensino à distância devem ser superados. A escolha da Escola Secundária do Rastelo, em Lisboa, se deve ao fato de ela ter sido identificada como estabelecimento que deve promover o acolhimento dos filhos ou outros dependentes de profissionais de saúde, das forças e serviços de segurança e de socorro, incluindo os bombeiros voluntários, e das forças armadas, os trabalhadores dos serviços públicos essenciais, de gestão e manutenção de infraestruturas essenciais, bem como outros serviços essenciais, de acordo com o Art.10º do Decreto-Lei n.º 10-A/2020. A análise dos dados colhidos das entrevistas realizadas nas duas escolas permitirão discutir sobre as diferentes medidas tomadas e seus resultados.
Tipo da Proposta
Palavras-chave
covid-19, enfrentamento da pandemia, políticas socioeducacionais, melhores resultados
Número de Integrantes da Equipe
3
Nome dos Integrantes da UnB
Silene de Paulino Lozzi, Sandra Rabelo de Melo (Professora da CEMEIT e pos graduanda do programa ProfBio/UnB) e Christiano del Cantoni Gati (Professor UnB e tambem orientador do ProfBio)
Há integrantes externos à UnB?
Sim
Possui apoio de Grupo de Pesquisa Certificado pela UnB no CNPq?
Sim
Nome/Link do Grupo de Pesquisa certificado no CNPq pela UnB
Estudos sobre a Mundialização da Educação
Público alvo
Análise do Contexto
Trinta mil vidas vencidas na pandemia de Covid-19 nos países do mundo inteiro, dados de hoje, 29 de março. Os números de infectados e óbitos nos mais diversos países, inclusive o Brasil são estarrecedores. Nesse panorama, é inegável a preocupação dos dirigentes do mundo inteiro com a contenção da transmissão do vírus SARS-CoV-2, assim como a de frear o número de mortes e evitar um colapso socioeconômico em seus países. As macroestratégias adotadas geralmente incluem o distanciamento e isolamento social, embora isso não aconteça de modo absoluto em nosso país. No Brasil os números da doença crescem rapidamente chegando hoje, 29 de março, a 3.904 casos confirmados e 114 mortes. Comparativamente, em Portugal há hoje 5.962 casos confirmados e 119 óbitos. Os dois países adotam medidas socioeconômicas nitidamente distintas no enfrentamento da crise, o que reflete claramente em diferente condução de processos como o educacional por cada um. Em 18 de março foi publicada Portaria no DOU que autoriza a substituição de disciplinas presenciais por aulas que utilizem meios e tecnologias de informação e comunicação em cursos que estão em andamento. A mudança é válida para a educação superior, pública e privada, mas não impositiva. Segundo nota do ministério, a liberação da modalidade de ensino à distância será feita, oportunamente, para todas as etapas da educação básica, mas a adesão das escolas será voluntária. No cenário da Educação Básica no Brasil há 47, 9 milhões de estudantes matriculados, com 80% deles na rede pública de ensino. Nesse conjunto, cerca de 7,5 milhões são estudantes do Ensino Médio, com 87,5% deles matriculados em escolas públicas. Vale lembrar que os indicadores educacionais do ensino médio no Brasil não são satisfatórios, com dados de 2016 apontando para uma taxa bruta de matrícula de 87% e líquida de apenas 68%, Além disso, dados de 2019 apresentam uma taxa de distorção idade-série para o Ensino Médio de 26,9%, sendo de 24,9% para a rede pública e 7% para a particular. Esses números provocam reflexão sobre as diferentes condições socioeconômico culturais entre esses estudantes, obviamente desfavoráveis para os de instituições públicas.
Por sua vez, o Distrito Federal tem 79.741 estudantes matriculados no Ensino Médio público, com uma taxa de defasagem de 24,3% na idade-série desses estudantes, reflexo de dificuldades, geralmente econômicas, para o ingresso nessa etapa de ensino com idade prevista. As medidas adotadas no Distrito Federal para a educação durante a crise, incluem a suspensão de aulas, enquanto a Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEE-DF) estuda implementar o ensino a distância nas redes pública e particular de ensino. De acordo com essa proposta, as aulas on-line serão levadas inicialmente a 80 mil estudantes do ensino médio, e posteriormente ao ensino fundamental. As aulas serão lecionadas por meio da plataforma Moodle, sendo que professores e estudantes poderão fazer downloads das aulas, vídeos da internet, além de materiais produzidos pelos docentes que ainda deverão passar por curso de formação para lidarem com a plataforma. A primeira etapa de treinamento ocorrerá, sem data marcada, para os cerca de 4 mil professores do Ensino Médio de escolas públicas do DF. As questões advindas da análise desse contexto remetem para a falta atual de capacitação de professores para o ensino a distância, de modo geral, assim como gestores educacionais para elaboração de material a ser utilizado no ensino à distância; o acesso não unânime de estudantes a computadores e internet em suas casas devido à acirrada desigualdade socioeconômica da população brasileira; como ocorrerá a participação dos professores da rede pública na condução do processo de ensino aprendizagem desse período; a participação de pais dos estudantes durante essa etapa e a avaliação de todo esse processo.
Em Portugal, no dia 13 de março, o decreto-lei que instituiu o estado de emergência nacional daquele país determinou temporariamente a suspensão de atividade letivas e não letivas em estabelecimentos de ensino públicos e privados. Em consonância com essa medida, faltas do trabalhador seriam justificadas mediante assistência a filho ou dependente menor de 12 anos ou deficiente, decorrentes de suspensão das atividades letivas. Ainda estabeleceu apoio excepcional mensal ou proporcional a ser pago ao trabalhador pela entidade empregadora e seguridade social. No caso de ser o empregado de entidade pública o apoio é assegurado integralmente. O governo português investe esforços no levantamento do número de alunos que não tem internet ou computador em casa e contacta operadores de telecomunicações e empresas para solucionar a questão enquanto implementa o ensino à distância.
Vê-se, nitidamente a diferente condução dos dois países em relação às medidas de contenção da epidemia e no que diz respeito medidas econômicas, associadas à educação estão atreladas.
Breve Fundamentação Teórica
Mais de 33 mil mortes ocorreram até hoje 29 de março, decorrentes da pandemia de Covid-19 nos países do mundo inteiro. No Brasil são 4.256 casos confirmados e 136 óbitos (https://www.unasus.gov.br/especial/covid19). O enfrentamento dessa doença tem mobilizado estratégias socioeconômicas distintas, o que inclui a gestão da educação básica e superior durante a pandemia. No Brasil o MEC autorizou o ensino a distância para o sistema federal de ensino, assim como universidades e faculdades privadas (DOU, pag.39, 17 de março de 2020). O Distrito Federal, com 79.741 estudantes matriculados no Ensino Médio público (http://inep.gov.br/microdados) teve suspensas as aulas em estabelecimentos de ensino públicos e privados e ficará a cargo da Secretaria de Educação do DF a implementação do ensino a distância, começando pelo ensino médio (Fuzeira, Jornal Metrópoles, 24/03/2020). Portugal lida com a crise de modo diferenciado. Em 13/3 de março decreto-lei determinou a suspensão de atividades de ensino presenciais, garantindo aos trabalhadores o direito de assistir filhos menores com remuneração garantida. Também instituiu que filhos e dependentes de médicos, bombeiros e outros profissionais de serviços essenciais seriam recebidos em escolas de acolhimento (Decreto-Lei n.º 10-A/2020, 13/03, DRE). A experiência de acolhimento desses estudantes que não contam com o acompanhamento dos pais, assim como aquela decorrentes da implementação do ensino médio á distância nos dois países, considerando especificidades deve ser relatada, analisada e discutida, na perspectiva de aplicação desses conhecimentos em situações futuras dessa natureza.
Objetivos e Metas
Mais de 33 mil mortes ocorreram até hoje 29 de março, decorrentes da pandemia de Covid-19 nos países do mundo inteiro. No Brasil são 4.256 casos confirmados e 136 óbitos (https://www.unasus.gov.br/especial/covid19). O enfrentamento dessa doença tem mobilizado estratégias socioeconômicas distintas, o que inclui a gestão da educação básica e superior durante a pandemia. No Brasil o MEC autorizou o ensino a distância para o sistema federal de ensino, assim como universidades e faculdades privadas (DOU, pag.39, 17 de março de 2020). O Distrito Federal, com 79.741 estudantes matriculados no Ensino Médio público (http://inep.gov.br/microdados) teve suspensas as aulas em estabelecimentos de ensino públicos e privados e ficará a cargo da Secretaria de Educação do DF a implementação do ensino a distância, começando pelo ensino médio (Fuzeira, Jornal Metrópoles, 24/03/2020). Portugal lida com a crise de modo diferenciado. Em 13/3 de março decreto-lei determinou a suspensão de atividades de ensino presenciais, garantindo aos trabalhadores o direito de assistir filhos menores com remuneração garantida. Também instituiu que filhos e dependentes de médicos, bombeiros e outros profissionais de serviços essenciais seriam recebidos em escolas de acolhimento (Decreto-Lei n.º 10-A/2020, 13/03, DRE). A experiência de acolhimento desses estudantes que não contam com o acompanhamento dos pais, assim como aquela decorrentes da implementação do ensino médio á distância nos dois países, considerando especificidades deve ser relatada, analisada e discutida, na perspectiva de aplicação desses conhecimentos em situações futuras dessa natureza.
Metodologia
A pesquisa será realizada na escola CEMEIT, de Taguatinga/DF e Escola Secundária do Restelo, em Lisboa. Os dois países e escolas vivenciam experiências educacionais distintas durante a pandemia, sendo que a segunda é também uma escola de acolhimento presencial a filhos de servidores dos serviços médicos e outros essenciais de Portugal. Será utilizada metodologia quali-quantitativa, com participação de 80 estudantes e 10 professores de cada escola. A pesquisa terá caráter investigativo e será feita com utilização de questionário semiaberto em entrevista semiestruturada. Os dados colhidos serão categorizados e analisados a partir da análise de conteúdo (Bardin, 2016).
Resultados Esperados
Como resultados desse projeto de trabalho, espera-se reunir dados para análise e discussão das experiências de ensino em duas instituições de ensino médio públicas, submetidas a diferentes medidas normativas e de instrução na execução de políticas educacionais e contextos socioeconômicos também distintos. O efetivo apoio de órgãos de gestão educacional superior na capacitação dos professores e gestores institucionais para confecção de ferramentas de ensino a distancia deve refletir-se no melhor aproveitamento dos estudantes e funcionar como fator motivacional nos estudos. Do mesmo modo a instituição de medidas socioeconômicas que permitam a garantia do emprego pelos pais dos estudantes, assim como sua remuneração, total ou parcial, deve surtir efeitos positivos nesse processo, assim como a normatização da assistência prestada por eles aos filhos que ficarão em casa durante a pandemia. Essas medidas foram tomadas pelo governo português e os resultados dessa experiência devem ser compartilhados e discutidos em outros países como o Brasil, que adota medidas aparentemente de menor apoio aos atores do processo educacional durante esse período. Além disso, a experiência de escolas de acolhimento para filhos de servidores da saúde e de serviços essenciais deve ser amplamente discutida, acrescentando ao conjunto de providências necessárias a ser ofertadas pelo Estado em tempos de crise como a que atravessamos.
Área de Conhecimento
Subárea de Conhecimento
Há previsão de Orçamento proveniente na unidade acadêmica?
Não
Cronograma da Execução
Parte de Abril ( a partir da divulgação dos resultados) e Maio:
• Confecção de questionários semiabertos para entrevista semiestruturada propostos na metodologia da pesquisa
• Atualização das informações dos dois países sobre medidas de saúde, de caráter socioeconômico e de gestão educacional para a crise.
Junho, Julho e Agosto
• Aplicação dos questionários com entrevista nas escolas em que serão realizadas a pesquisa.
• Atualização das informações dos dois países sobre medidas de saúde, de caráter socioeconômico e de gestão educacional para a crise.
Agosto, Setembro e Outubro
• Análise e discussão dos dados obtidos com a pesquisa.
Outubro e Novembro
• Confecção dos dois artigos científicos e de divulgação propostos e participação de eventos como fórum de discussão sobre a pandemia de Covid 19 e de educação, tanto de caráter local, como nacional ou internacional.
Tempo total de execução previsto
8