Informações
Nível de aprovação pela UnB
Aprovado pela UnB
Nome Completo do Proponente
Carlos Henrique Magalhães de Lima
Matrícula UnB
1097580
Unidade acadêmica da UnB
carloshenrique@unb.br
Link Cúrriculo Lattes
Título da Proposta
Mobilidade urbana e Covid-19: apontamentos e perspectivas para o transporte público no Distrito Federal.
Sumário Executivo da Proposta
A paralisação de diversas atividades decorrentes do isolamento social impactou significativamente nossas vidas individual e coletiva e colocou em evidência muitas fragilidades do sistema de transporte atual. Uma reorientação será demandada em diversos níveis, e nos levará a considerar a questão também em níveis particulares. Esta pesquisa pretende apontar perspectivas relacionadas à mobilidade urbana no Distrito Federal, mais especificamente, no que se refere ao dimensionamento e padrões de circulação. Destacamos: o dimensionamento da frota; os padrões de circulação intra-bairros; a forma de integração com as diversas partes que configuram uma região metropolitana heterogênea como Brasília. Trata-se de pesquisa detida e vertical com potencial para repercutir no conjunto da cidade. Por isso considerandos análise mais detida das seguintes Regiões Administrativas: Ceilândia (RA IX); Taguatinga (RA III); Samambaia (RA XII) e SCIA/Estrutural (RA XXV).
O transporte público é tema da maior importância para as contingências decorrentes de atividades no presente e para o desenho de perspectivas futuras nas fases de gradativa abertura e recuperação da crise. Em Brasília, a quarentena teve início na primeira quinzena de março com restrições ou suspensão de diversas atividades. O tempo de incubação e a alta taxa de transmissibilidade do coronavírus demandam cuidados redobrados em relação ao transporte público, uma vez que é utilizado por trabalhadores que atuam em serviços considerados essenciais. Isso vale para profissionais da saúde pública, limpeza urbana, segurança pública e outras.
Diversos países adotaram estratégias como o aumento da circulação da frota de veículos e vagões (para reduzir a transmissão comunitária), ampliar os subsídios destinados ao transporte público (devido à queda brutal no número de passageiros); adoção de programas emergenciais às agências de transporte. A queda de receitas tarifárias é uma das consequências da crise, e é o ponto central de articulação desta abordagem. Este é praticamente o único modelo adotado em cidades brasileiras, o que vem sendo questionado há muitos anos por entidades e organizações da sociedade civil de forma consistente. A queda da receita resultante ao estado de calamidade presente coloca no horizonte a possibilidade de repensar o sistema de transporte público a partir de perspectivas que considerem a adoção de subsídios públicos para remuneração das empresas pelo serviço prestado - e não pelo número de passageiros.
Tipo da Proposta
Palavras-chave
mobilidade urbana, planejamento urbano, transportes, covid-19, Brasília
Número de Integrantes da Equipe
4
Nome dos Integrantes da UnB
Carlos Henrique Magalhães de Lima, Leandro de Souza Cruz, Carolina Pescatori Candido da Silva, Luciana Saboia Fonseca Cruz
Há integrantes externos à UnB?
Sim
Possui apoio de Grupo de Pesquisa Certificado pela UnB no CNPq?
Sim
Nome/Link do Grupo de Pesquisa certificado no CNPq pela UnB
Projeto, Paisagem, Planejamento - LABEURBE / http://www.labeurbe.unb.br/
Público alvo
Análise do Contexto
Com raras exceções, o sistema tarifário é praticamente o único meio de financiamento de transporte público no país. Esse modelo impacta de forma considerável a vida da imensa maioria dos trabalhadores, já que empresas de ônibus buscam número de passageiros por veículo, o que, muitas vezes, implica em lotação e viagens exaustivas; os custos do transporte representam parcela considerável na composição do orçamento familiar, algo especialmente dramático para quem atua na economia informal. A pandemia da Covid-19 colocou em evidência as limitações do sistema tarifário e trará consequências para os próximos anos. A perspectiva de retração econômica afetará indústria e setor de serviços. Segundo projeções, a recuperação econômica será lenta, uma vez que os anos seguintes podem trazer novas ondas de isolamento social em escala planetária. Governos deverão buscar formas de garantir transporte acessível e com segurança para a gradual retomada de atividades durante a fase de recuperação. Esta é uma oportunidade colocada diante da sociedade para a premente necessidade de repensar as redes de transporte nas cidades brasileiras. Um transporte viável e sustentável do ponto de vista das receitas e dos fatores ambientais, com redução dos poluentes, melhor distribuição dos custos entre a sociedade e melhora nos deslocamentos cotidianos para que a população possa ser atendida de forma eficiente e segura.
Breve Fundamentação Teórica
Na última década, governos, universidades e organizações da sociedade civil vem buscando instituir processos contínuos e dinâmicos de planejamento do transporte urbano. Movimentos populares lutam para que as transformações sociais e econômicas sejam incorporadas ao transporte atendendo a valores democráticos em que não só os custos e investimentos sejam revertidos de forma mais justa e equânime para o conjunto da população – especialmente para as classes C, D e E que são as que mais gastam para se deslocar. Consideramos neste estudo que a mudança no sistema tarifário é o principal ponto de articulação do problema e que deve vir acompanhada de reorganização considerável também na escala micro, quer dizer, no conteúdo dos planos e projetos em áreas metropolitanas, o que envolve mudança nos padrões de circulação e deslocamento.
Objetivos e Metas
O principal objetivo desta pesquisa é oferecer apontamentos por meio de estudos técnicos que possam contribuir para a construção de um padrão de mobilidade no Distrito Federal de forma adequada e suficiente para o conjunto da população.
São apresentadas as seguintes metas:
i) Levantar indicadores junto à órgãos e empresas públicas relacionadas ao planejamento econômico, à gestão territorial e ao transporte público e
ii) produzir mapas temáticos que indiquem as características de deslocamento e mobilidade em contraste com períodos anteriores;
iii) realizar apontamentos em relação à Área Metropolitana de Brasília no que concerne ao deslocamento/ dimensionamento dos padrões de mobilidade no DF;
iv) traçar perfil de deslocamento com ênfase nas RAs do Distrito Federal definidas no escopo da proposta, com vistas a fomentar um padrão de circulação integrado voltado para as mais diversas atividades humanas.
Metodologia
Levantar dados junto ao governos e organizações da sociedade civil; modelar cenários e propor adequações no provimento de transporte visando padrões mais abrangentes de circulação.
Resultados Esperados
Gerar mapas temáticos e informações técnicas capazes de fomentar o incremento dos padrões de circulação em RAs especificadas do Distrito Federal, o que terá efeitos possíveis na ampla escala da região metropolitana de Brasília.
Produtos:
a) mapas relacionando as RAs consideradas na pesquisa na perspectiva do transporte;
b) categorização dos modais e equipamentos visando otimizar a aperfeiçoar o provimento de serviços, considerando a possível alteração no sistema de financiamento do transporte
c) oferecer diretrizes para o suprimento emergencial de transportes em casos de alteração nos padrões de circulação devido à demanda reduzida que apontam para uma política de mobilidade urbana mais efetiva para o conjunto da população.
Área de Conhecimento
Subárea de Conhecimento
Há previsão de Orçamento proveniente na unidade acadêmica?
Não
Cronograma da Execução
A proposta será executada em 12 meses, entre junho de 2020 e junho de 2021
I. junho de 2020 a setembro de 2020: i) Levantar indicadores junto à órgãos e empresas públicas relacionadas ao planejamento econômico, à gestão territorial e ao transporte público;
II. outubro de 2020 a janeiro de 2021: ii) produzir mapas temáticos que indiquem as características de deslocamento e mobilidade em contraste com períodos anteriores;
iii) realizar apontamentos em relação à Área Metropolitana de Brasília no que concerne ao deslocamento/ dimensionamento dos padrões de mobilidade no DF;
III. janeiro de 2021 a junho 2021: i) Levantar indicadores junto à órgãos e empresas públicas relacionadas ao planejamento econômico, à gestão territorial e ao transporte público;
iv) traçar perfil de deslocamento com ênfase nas RAs do Distrito Federal definidas no escopo da proposta, com vistas a fomentar um padrão de circulação integrado voltado para as mais diversas atividades humanas.
Tempo total de execução previsto
12