identificação de marcadores de hipercoagulação sanguínea e inflamação exacerbada em pacientes obesos com COVID-19 no Distrito Federal

Sumário Executivo da Proposta

A obesidade é um dos maiores fatores de risco de agravamento da COVID-19. Entretanto, ainda não se sabia exatamente porque e como isso ocorre. Nossa pesquisa visa identificar porque pessoas com obesidade apresentam maior índice de mortalidade por COVID-19. Nossos resultados iniciais da nossa pesquisa já nos mostra que pessoas obesas apresentam uma disfunção no sistema de coagulação sanguínea, fazendo com que elas apresentem maior tendência em formar coágulos sanguíneos e trombos, os quais estão relacionados a quadros graves de COVID-19 e também é causa de altas taxas de morte nos pacientes com COVID-19. Além disso, o tecido adiposo dos pacientes obesos é um tecido extremamente inflamado, com alta produção de citocinas e mediadores inflamatórios, os quais também estão relacionados com um quadro grave da doença, e com altos índices de morte por COVID-19. Nossa proposta também é de que o tecido adiposo apresenta expressão do receptor de entrada do vírus SARS-CoV-2, o ACE-2, e desta forma o tecido adiposo funciona como um reservatório para replicação viral. Também apontamos que o uso precoce de anticoagulantes como a heparina e anti-inflamatórios específicos devem ser de especial importância nos pacientes obesos com COVID-19, podendo diminuir significativamente os índices de mortalidade em pessoas com obesidade acometidas pela COVID-19. Nós publicamos recentemente um artigo científico que traz análises e reflexões valiosas para o melhor entendimento de como a obesidade está relacionada com o maior risco de morte por COVID-19 (https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fendo.2020.00530/abstract). Desta forma, nosso projeto visa identificar marcadores de hipercoagulção sanguínea e inflamação exacerbada em pacientes obesos com COVID-19 no Distrito Federal, bem como verificar possível eficácia do uso de anticoagulantes e anti-inflamatórios específicos no tratamento de pacientes obesos com COVID-19. Para isso, pacientes com índice de massa corporal maior que 34 positivos para COVID-19 por teste de RT-PCR e internados nos hospitais participantes da pesquisa, terão amostras de sangue coletadas e serão feitas análises da presença de diferentes marcadores de coagulação sanguínea e também marcadores de inflamação. Também será avaliada a eficiência do tratamento com anticoagulantes, como a heparina, e anti-inflamatório nestes pacientes, quando estes tiverem sido tratados com estas drogas. Espera-se que a identificação dos níveis de marcadores de hipercoagulação sanguínea e de inflamação exacerbada em pacientes obesos com COVID-19 no DF possa promover uma terapêutica mais personalizada, direcionada e mais bem sucedida para estes indivíduos. Espera-se que a precoce identificação de quais são os marcadores de hipercoagulação sanguínea e de inflamação exacerbada mais prevalentes em pacientes obesos com COVID-19 no DF, possa permitir a introdução de uma terapêutica mais eficaz nestes casos, como o uso direcionando de determinados anticoagulantes e anti-inflamatórios específicos, que possam levar a diminuição considerável no agravamento destes pacientes obesos por COVID-19, e consequentemente uma diminuição nas taxas de óbitos destes pacientes.