Informações
Nível de aprovação pela UnB
Aprovado pela UnB
Nome Completo do Proponente
Wildo Navegantes de Araújo
Matrícula UnB
1060457
Unidade acadêmica da UnB
wildo@unb.br
Link Cúrriculo Lattes
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4796746E3
Título da Proposta
História Natural da Infecção pelo novo coronavírus (2019- nCoV) em pacientes de área vulnerável do Distrito Federal
Sumário Executivo da Proposta
A emergência e reemergência das doenças infecciosas devem compor as principais pautas nas agendas das políticas de Saúde Pública no Brasil, principalmente devido peculiaridades que marcam a territorialidade e população do país: seu tamanho continental, densidade demográfica heterogênea e grande maioria de pessoas sem acesso a serviços básicos de saúde, como saneamento ambiental. No contexto atual da pandemia de COVID-19 (Coronavirus Disease 2019), este braço da Saúde Pública se resgata com elevada urgência conforme a velocidade da transmissão e número de mortos pelo agravo, com magnitudes superiores aos surtos e pandemia observados em anos anteriores, causados por agentes infecciosos transmitidos por vias aéreas e fômites (SARS em 2002-2003; H1N1 em 2009-2010; MERS em 2013). Têm-se novos desafios em medidas de intervenção e controle, como isolamento social, identificação dos casos suspeitos e assintomáticos em larga escala por critério laboratorial, e disponibilidade de vagas em leitos de unidades de terapia intensiva para casos severos. Este projeto tem o objetivo de desenvolver vigilância sindrômica sentinela de base comunitária em comunidade vulnerável do Distrito Federal para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), esta sendo possível desfecho dentro do espectro infeccioso da COVID-19, causada pelo coronavírus SARS-CoV-2. Para isso, vigilância sindrômica sentinela será desenvolvida na Unidade Básica de Saúde 01 da Estrutural, visando principais etapas do fluxo de pacientes, como triagem, diagnóstico clínico, diagnóstico laboratorial e monitoramento de agravos. Para confirmação laboratorial, conforme o momento de coleta da amostra, será realizado RT-PCR em situação aguda (quando este vai ao pronto-atendimento reclamando de sintomas), e sorológica IgM/IgG para posterior período virêmico e acompanhamento do agravo; concomitantemente, profissionais da saúde do local também serão monitorados verificando possível taxa de risco biológico para o local. Pretende-se, com os resultados deste estudo: designar o perfil epidemiológico do COVID-19 em área vulnerável; aprimorar vigilância epidemiológica para síndromes respiratórias graves; aprimorar níveis de segurança e protocolos sanitários para o fluxo de pacientes para a doença; produção de arcabouço científico-tecnológico (período de incubação; espectro clínico-epidemiológico; fatores de risco para severidades); acurácia de diagnósticos clínicos-epimiológicos e laboratorial (rápidos e de bancada); mensurar risco biológico, e respectiva dinâmica de infecção secundária (e terciária) para profissionais envolvidos no fluxo.
Tipo da Proposta
Palavras-chave
Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG); Coronavirus Disease 2019 (COVID-19); SARS-CoV-2; coronavirus; vigilância sindrômica respiratória; área vulnerável
Número de Integrantes da Equipe
22
Nome dos Integrantes da UnB
Amanda Amaral Abrahão (NMT/UnB); Ana Flávia de Morais Oliveira (NMT/UnB); Dayde Lane Mendonça da Silva (HUB); Elza Ferreira Noronha (HUB); Everton Nunes da Silva (FCE/UnB); Fabiana Sherine Ganem dos Santos (Ministério da Saúde); Sara Cristina Ferreira Gomes (NMT/UnB); Loyane Mayara da Silva Monte (NMT/UnB); Luciana Guerra Gallo (NMT/UnB); Mábia Milhomem Bastos (NMT/UnB); Noemia Urruth Leão Tavares (NMT/UnB); Patrícia Matias Pinheiro (NMT/UnB); Paulo Rufalco Moutinho (NMT/UnB); Marcos Antonio Bellocchio Jr. (UBS01-Estrutural); Mateus de Paula von Glehn (UBS01-Estrutural); Helen da Costa Gurgel (Departamento de Geografia/UnB); Henry Maia Peixoto (NMT/UnB); Maria Regina Fernandes de Oliveira (NMT/UnB); Rodrigo Haddad (NMT/UnB); Walter Massa Ramalho (NMT/UnB); Gustavo Adolfo Sierra Romero (NMT/UnB); Wildo Navegantes de Araújo (NMT/UnB).
Há integrantes externos à UnB?
Sim
Possui apoio de Grupo de Pesquisa Certificado pela UnB no CNPq?
Sim
Nome/Link do Grupo de Pesquisa certificado no CNPq pela UnB
Público alvo
Análise do Contexto
Desde que foi notificado para a Organização Mundial de Saúde em 31 de dezembro de 2019, o COVID-19 (Coronavirus Disease 2019), causado pelo vírus SARS-CoV-2, tem se mostrado mais desafiador para a Saúde Pública do que outros vírus pertencentes à família Coronaviridae e que causam síndromes respiratórias em humanos, conforme surtos multicêntricos observados nos últimos 20 anos: o da SARS (Severe acute respiratory syndrome, em português: Síndrome respiratória aguda grave, ou SRAG) em 2002-2003, causado pelo vírus SARS-CoV, com inicio na região sul da China e registrando um total global de 8090 casos identificados e 774 óbitos entre os dois respectivos anos; e a MERS (Middle East respiratory syndrome) em 2012, causado pelo MERS-CoV, com início na Arábia Saudita e registrando um total global de 2500 casos confirmados e 862 óbitos até 2019. Diferente dos surtos anteriores envolvendo coronaviroses, o COVID-19 alcançou números alarmantes de maneira abrupta, sendo assim classificado como Emergência de Saúde Global pela OMS um mês após primeiras notificações, seguido pela classificação de pandemia dois meses após primeiras notificações, com ressalvas da comunidade científica e dos profissionais de saúde pela demora desta última. Tendo em conta que é um vírus novo para a população global, profissionais, especialistas e tomadores de decisões vivem incertezas dos prováveis cenários que podem ocorrer em um país após início da circulação do agente infeccioso, considerando que pandemias são experimentos naturais e sem desfechos definidos: por exemplo, observa-se que a velocidade de transmissão do SARS-CoV-2 tem maior similaridade com a do vírus H1N1 da pandemia de 2009-2010 dos que outros coronavírus que sofreram mesmo fenômeno de “spillover”, todavia com o agravamento do cenário, pois o agente causador da COVID-19 já apresentou em menos de 3 meses maior número de mortes, do que o H1N1 em seus 19 meses de período pandêmico. Tendo vista esta nova realidade, o momento demanda sólida pesquisa e investigação para descrever a história natural da doença, assim como produção de arcabouço técnico-científico para o controle da epidemia no país, considerando suas idiossincrasias como geografia continental, densidade demográfica e acesso de sua população aos serviços de saúde preventiva (saneamento ambiental) e curativa (leitos de UTI para os casos severos). Para isso, faz-se necessária investigação a respeito da história natural da doença e seus de aspectos no país, como período de incubação, infectividade, transmissibilidade, taxa de complicações e fatores de riscos para severidade, letalidade, mortalidade, assim também como suporte da epidemia por assintomáticos, e níveis de biossegurança para tratar pacientes, coletar e processar amostras respectivas, aliando a análise da efetividade, sensibilidade e especificidade dos testes disponíveis (rápidos ou point-of-care; e bancada laboratorial). Toda esta rede investigativa demanda investimentos sólidos em materiais, insumos, EPI e recursos humanos, para assim alimentar as ferramentas destinadas ao enfrentamento e controle da crise de COVID-19 no Distrito Federal e no Brasil.
Breve Fundamentação Teórica
Vírus transmitidos pelo ar tem, dentre seus aspectos epidemiológicos, a elevada velocidade em sua taxa de transmissão, podendo assim assumir estratégia mais agressiva de disseminação em população hospedeira, quando comparados com os de outros veículos de transmissão, como mosquitos, oro-fecal e sexual. Níveis de segurança mais elevados também são necessários para locais em unidades de saúde que recebem o agravo, seja para os profissionais envolvidos no fluxo dos acometidos por estas doenças (triagem, diagnóstico clínico, coleta, diagnóstico laboratorial e tratamento), e ainda para outros pacientes presentes nestes locais. Propõe montar fluxo para síndrome respiratória com foco na COVID-19, conforme etapas protocolares de diagnóstico clínico, coleta e análise de amostra biológica para confirmação laboratorial e acompanhamento de severidade, considerando seguintes desafios: elevada transmissibilidade do novo coronavírus, e a condição das unidades de saúde públicas no Brasil, que não possuem infra-estrutura e recursos necessários para este enfrentamento.
Objetivos e Metas
Geral: descrever aspectos clínicos, epidemiológicos e imunológicos envolvidos na história natural da COVID-19 na população residente do Distrito Federal a partir da casuística detectada em vigilância sindrômica sentinela em área vulnerável. Específicos: descrever e identificar fatores prognósticos para síndromes febris e respiratórias, com foco em SRAG identificados; aprimorar vigilância epidemiológica para síndromes respiratórias em: biossegurança, qualidade da conservação da amostra biológica e logística laboratorial; aprimorar níveis de segurança e protocolos sanitários para o fluxo de pacientes para a doença; produção de arcabouço científico-tecnológico para história natural da doença; avaliar a acurácia de diagnósticos clínicos-epimiológicos e a confiabilidade de novas tecnologias de detecção baseadas em detecção viral e em anticorpos da classe IgM e IgG, conforme período virêmico do paciente; mensurar riscos biológicos e consequente dinâmica de infecção secundária (e terciária) para os profissionais envolvidos no fluxo.
Metodologia
Vigilância sentinela para SARG causada pelo COVID-19 no Centro de Saúde 01 da Cidade Estrutural, a partir de casos suspeitos por critério clínico-epidemiológico, de acordo com a definição adotada pelo Ministério da Saúde baseado na trinca: febre acima de 38,5 °C; tosse seca; dificuldade de respirar, seguindo confirmação laboratorial de amostra biológica: raspagem da mucosa nasal e/ou faringe por swab, seguido para RT-PCR em pacientes de até 5 dias de sintomas; sorologia em soro sanguíneo após 7, 10 ou 15 dias de sintoma. Profissionais de saúde expostos entrariam concomitantemente no fluxo da vigilância, acompanhando possíveis desfechos clínicos e contaminações secundárias.
Resultados Esperados
Domínio da métrica da SARG desencadeada pelo COVID-19 em área vulnerável, descrevendo os fatores demográficos e epidemiológicos envolvidos em síndromes febris e respiratórias de fácil transmissão; desenvolvimento de vigilância sindrômica sentinela aplicando protocolos de biossegurança, com suporte baseado em evidência de bibliográfica internacional, focando países que estão enfrentando a COVID-19; agilidade em fluxos diagnósticos, evitando a perda do momento da curva epidêmica, tornando assim os dados desnecessários para aplicabilidade no momento do agravo; ter dados de quanto a exposição de profissionais de saúde e outros que atuam na linha de frente à doença, podendo assim desenhar e aprimorar mediadas necessárias que minimizem o risco biológico, considerando ainda que profissionais podem ser possíveis vetores para surtos e epidemias futuras.
Área de Conhecimento
Subárea de Conhecimento
Há previsão de Orçamento proveniente na unidade acadêmica?
Não
Cronograma da Execução
Considerando o contexto do COVID-19, e o tempo de disseminação da última pandemia de H1N1 (que se sustentou entre Janeiro de 2009 até Agosto 2010), propõe-se período entre 12-18 meses.
Tempo total de execução previsto
12