Informações
Nível de aprovação pela UnB
Aprovado pela UnB
Nome Completo do Proponente
Márcia Renata Mortari
Matrícula UnB
1019945
Unidade acadêmica da UnB
mmortari@unb.br
Link Cúrriculo Lattes
Título da Proposta
Diferenças de Prognóstico entre pacientes hipertensos em uso de IEAC e BRAS e em uso de outras classes de anti-hipertensivos infectados por SARS-cov- 2
Sumário Executivo da Proposta
No dia 28 de janeiro de 2020, o número de casos confirmados de SARS-Cov-2 no mundo ultrapassou 600 mil e o número de óbitos extrapolou a marca de 27.000 mil. A taxa de letalidade desse vírus em pacientes sem nenhuma co-morbidade é de apenas 1,4% enquanto chega a 8,4% em hipertensos, de acordo com pesquisas feitas pela OMS na China, realidade que urge pesquisas sobre a ação do vírus em pacientes com hipertensão arterial sistêmica. Ademais, pacientes com doenças cardiovasculares são a principal população em estado de infecção severa, compondo 23,4% dos infectados com necessidade de respirador mecânico. Além disso, estudos em progresso em todo mundo apontam uma possível associação entre o mau prognóstico em pacientes hipertensos contaminados pelo COVID-19 e o uso prévio de IECA e BRAS. Tais medicamentos estão entre os mais utilizados no tratamento clínico da hipertensão arterial primária no Brasil, sendo a primeira classe usada por mais 21,7% dos hipertensos e a segunda classe utilizada por cerca de 20,1% desses, indicando novamente a imperatividade de estudos mais aprofundados e que abarquem uma maior amostra de pacientes.
Tipo da Proposta
Palavras-chave
SARS-CoV-2; Coronavírus; COVID-19; Enzima conversora de angiotensina 2 (ECA2); Receptores de Angiotensina; Hipertensão arterial sistêmica.
Número de Integrantes da Equipe
8
Nome dos Integrantes da UnB
Dilson Palhares Ferreira, Talyta Cortez Grippe, Ricardo Gargano, Lilian dos Anjos Carneiro, Gabriela de Oliveira Silva, Bárbara Cunha Barreto, Eduardo Henrique Costa Moresi, Juliana Bispo Dias
Há integrantes externos à UnB?
Sim
Possui apoio de Grupo de Pesquisa Certificado pela UnB no CNPq?
Sim
Nome/Link do Grupo de Pesquisa certificado no CNPq pela UnB
Público alvo
Análise do Contexto
Em dezembro de 2019, na cidade de Wuhan, China, diversos casos de pneumonia de etiologia não identificada foram detectados, patologia que, posteriormente, seria associada ao agente etiológico SARS-cov-2. Subsequentemente, analisando os dados retirados de 1099 pacientes com confirmação laboratorial de COVID-19 na China, em janeiro de 2020, constata-se a hipertensão arterial sistêmica (HAS) como principal comorbidade associada à nova infecção de coronavírus, presente em 13,4% dos pacientes com infecção leve, em 23,4% em infecções graves, com o total de incidência de 15,2% dos pacientes investigados no estudo.
Esse padrão demonstra o vínculo dos mecanismos fisiopatológicos e clínicos comuns de ambas as patologias, que se associam à enzima conversora de angiotensinogênio 2 (ECA2). Essa enzima é utilizada pelo SARS-cov-2 como receptor funcional para infecção celular e está elevada na hipertensão devido ao uso de inibidores de enzima conversora de angiotensina II (IECA) e bloqueadores do receptor 1 de angiotensina II (BRAS).
A ECA2 é uma peptidase de membrana responsável por causar um efeito inibitório no sistema Renina-Angiotensina, ao prover o controle da concentração de angiotensina II (AngII). Tal efeito inibitório pode se dar por meio da catálise direta da angiotensina I e da angiotensina II ou por meio dos subprodutos da catálise, que atuam como vasodilatadores, anti-fibrinolíticos, anti-proliferativos e anti-inflamatórios.
A suprarregulação dessa peptidase relacionado ao uso de IECA e BRAS seria um fator que possivelmente justificaria quadros clínicos mais severos visto que tal enzima é utilizada pelo vírus para penetrar na célula.
Breve Fundamentação Teórica
Vírus da família Coronaviridae apresentam a proteína de superfície Spike (S), que se associa a proteína ECA2, desencadeando a infecção. A ECA é principalmente expressa no coração, nos pulmões, nos rins e no trato gastrointestinal, estando assim associada às manifestações pulmonares e extrapulmonares do SARS-CoV-2.
Existem três possíveis explicações, não mutuamente exclusivas, para o mau prognóstico observado em pacientes hipertensos: a própria hipertensão, comorbidades associadas, como diabetes, e o uso de IECA e BRAS, que aumentam a expressão de ECA2, recrudescendo a disponibilidade de sítios de ligação para o SARS-CoV-2; o vírus pode reduzir a função da ECA2 levando a uma intoxicação por AngII gerando sequelas, como síndrome de desconforto respiratório agudo (SDRA) ou miocardite fulminante; a diferença na expressão ou função da ECA 2 pode ser simultaneamente fator predisponente para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como a HAS, e para o aumento da probabilidade da severidade da infecção por SARS-CoV-2.
Objetivos e Metas
O presente projeto tem como objetivo principal comparar o risco de desenvolvimento das formas leves e severas da doença em pacientes hipertensos que contraíram o SARS-Cov-2, quando em uso de IECA e/ou BRAS ao desenvolvimento das mesmas em pacientes hipertensos em uso de outras classes de anti-hipertensivos, como diuréticos, betabloqueadores, inibidores adrenérgicos, vasodilatadores diretos e antagonistas de canais de cálcio.
A fim de atingir tal objetivo, serão consideradas formas graves da doença o óbito, a necessidade de cuidado em unidade de terapia intensiva, necessidade de ventilação mecânica e apresentação de SDRA.
Assim sendo, visa-se o recolhimento e a análise de dados epidemiológicos sobre o uso de medicamentos no tratamento de SARS-CoV-2, que possam indicar condutas clínicas para o tratamento de pacientes hipertensos, como a troca dos medicamentos IECA e BRAS por outras classes de anti-hipertensivos durante o período de acometimento pela infecção ou o período de aumento do número de casos na população com a finalidade de evitar apresentações mais severas da infecção pelo COVID-19.
Objetivos e Metas
O presente projeto tem como objetivo principal comparar o risco de desenvolvimento das formas leves e severas da doença em pacientes hipertensos que contraíram o SARS-Cov-2, quando em uso de IECA e/ou BRAS ao desenvolvimento das mesmas em pacientes hipertensos em uso de outras classes de anti-hipertensivos, como diuréticos, betabloqueadores, inibidores adrenérgicos, vasodilatadores diretos e antagonistas de canais de cálcio.
A fim de atingir tal objetivo, serão consideradas formas graves da doença o óbito, a necessidade de cuidado em unidade de terapia intensiva, necessidade de ventilação mecânica e apresentação de SDRA.
Assim sendo, visa-se o recolhimento e a análise de dados epidemiológicos sobre o uso de medicamentos no tratamento de SARS-CoV-2, que possam indicar condutas clínicas para o tratamento de pacientes hipertensos, como a troca dos medicamentos IECA e BRAS por outras classes de anti-hipertensivos durante o período de acometimento pela infecção ou o período de aumento do número de casos na população com a finalidade de evitar apresentações mais severas da infecção pelo COVID-19.
Metodologia
Trata-se de estudo de coorte histórica realizado por meio de análise de prontuários. Serão incluídos pacientes hipertensos com idade de 18 a 100 anos diagnosticados com COVID-19. Serão excluídos do estudo pacientes terminais (óbito iminente nas próximas 24h após admissão hospitalar), com neoplasias malignas, com contraindicações ao uso de IECAs e/ou BRAS, com diagnóstico prévio de DPOC e/ou ICC, imunossuprimidos, grávidas e puérperas. Após aplicação dos critérios descritos, ter-se-á dois grupos de pacientes: os que fazem uso de anti-hipertensivos IECA e/ou BRAs e aqueles que não fazem uso dessas medicações. Será aplicado termo de consentimento esclarecido para uso dos dados.
Resultados Esperados
Confirmação da associação entre o uso de IECA e/ou BRAS e o mau prognóstico em pacientes hipertensos que contraem a infecção por SARS-CoV-2. Isso permitirá o desenvolvimento de protocolos mais eficientes para o tratamento desses pacientes, reduzindo assim a taxa de morbidade e letalidade do vírus.
Área de Conhecimento
Subárea de Conhecimento
Há previsão de Orçamento proveniente na unidade acadêmica?
Não
Valor da previsão de financiamento da unidade
Cronograma da Execução
1.1 Aprovação no Comissão de Ética – primeiro trimestre
1.2 Avaliação dos prontuários – três trimestres (3, 4 e 5 trimestres)
1.3 Análise dos dados – dois trimestres (6 e 7 trimestres)
1.4 Redação dos artigos e do relatório – um semestre
Tempo total de execução previsto
24