Informações
Nível de aprovação pela UnB
Aprovado pela UnB
Nome Completo do Proponente
Valéria Paes Lima
Matrícula UnB
1116801
Unidade acadêmica da UnB
valeriapaes@unb.br
Link Cúrriculo Lattes
Título da Proposta
Avaliação do Impacto da Pandemia pelo SARS-CoV2 nos Indicadores de Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas a Assistência a Saúde no Hospital Universitário de Brasília
Sumário Executivo da Proposta
Introdução: As infecções hospitalares são eventos adversos preveníveis e ainda muito prevalentes nos hospitais brasileiros. A pandemia pela Covid-19 afetará significativamente os serviços hospitalares, tanto no perfil de pacientes atendidos quanto na reorganização dos serviços no cenário de crise de saúde. O monitoramento adequado dos indicadores de infecção relacionada a assistência à saúde permitirá qualificar a assistência e a capacidade de atendimento durante a pandemia. Objetivo: Avaliar se durante a pandemia pelo SARS-CoV2 ocorreu impacto nos indicadores de prevenção e controle de infecção relacionada a assistência à saúde. Método: Trata-se de um estudo observacional e descritivo dos indicadores do controle de infecções hospitalares no período de Junho de 2019 a Junho de 2021. Será realizada uma comparação entre unidades que recebem ou não pacientes portadores de Covid-19. Contemplará indicadores de resultado: infecções de corrente sanguínea associadas a cateter venoso central, pneumonia associada a ventilação mecânica e infecção de trato urinário associada a sonda vesical de demora; infecção do sítio cirúrgico; indicadores de processo: adesão à higienização das mãos e consumo de álcool-gel, incidência de infecção e colonização por bactérias multirresistentes e avaliação do uso de antimicrobianos: quantitativa, pelo indicador de DDD – Dose Diária Definida, e qualitativa, por meio da avaliação do prontuário e prescrição. Também avaliar se ocorreram infecções hospitalares por Covid-19. Resultados Esperados: É possível que a taxa de infecções relacionadas a assistência e a resistência bacteriana aumentem em um cenário de crise / sobrecarga na saúde, em que apenas pacientes mais gravemente enfermos estejam internados. Há questões como o possível adoecimento de profissionais, sobrecarga da equipe, remanejamento de profissionais para fora das áreas em que habitualmente trabalham, que certamente interferem nos desfechos. Por outro lado, os treinamentos continuados das equipes e o reforço à higienização das mãos também pelo motivo da proteção individual para a Covid-19 podem pesar favoravelmente.
Tipo da Proposta
Palavras-chave
COVID-19, epidemiologia hospitalar, infecção relacionada a assistência
Número de Integrantes da Equipe
5
Nome dos Integrantes da UnB
Gustavo Adolfo Sierra Romero, Elza Ferreira Noronha, Isabela Pereira Rodrigues, Alaíde Francisca de Castro, Sabrina Telma Martins
Há integrantes externos à UnB?
Não
Possui apoio de Grupo de Pesquisa Certificado pela UnB no CNPq?
Não
Público alvo
Análise do Contexto
As infecções hospitalares consistem em eventos adversos muito presentes nos serviços de saúde, e que tem como consequencia o aumento do tempo de internação, morbidade e mortalidade, além da elevação considerável dos custos do cuidado do paciente. Os serviços hospitares necessitam, por força da Lei Federal n° 9.431 de 06 de janeiro de 1997 e Portaria MS nº 2616, de 12 de Maio de 1998, manter uma equipe dedicada e um programa de ações continuadas a serem desenvolvidas, deliberada e sistematicamente para a máxima redução possível da incidência e da gravidade das infecções hospitalares. Para tanto, são necessárias ações de vigilância epidemiológica e prevenção infecções hospitalares, monitoramento e prevenção da transmissão de microorganismos resistentes e outros agentes infecciosos, uso adequado de antimicrobianos, treinamento de profissionais em boas práticas assistenciais, promoção e monitoramento da higienização das mãos, dentre outras ações.
Com a situação de emergência em saúde pública global pela Covid-19, as equipes de controle de infecção foram prontamente acionadas para apoiar na elaboração e execução dos planos de contingência, para garantir um tratamento adequado aos pacientes evitando a disseminação hospitalar deste agente infeccioso.
Uma das ações mais demandadas foi o reforço nas capacitações em paramentação e deparamentação, que de longa data são práticas complementares para a prevenção de transmissão cruzada de microorganismos resistentes, e treinamentos em higiene das mãos, que fazem parte das precauções padrão. Neste momento, no entanto, estes treinamentos sem mostram como fundamentais não apenas para preservar a saúde do paciente, como também a dos profissionais assistenciais.
Também tem sido um enorme desafio o gerenciamento do uso adequado destes equipamentos de proteção individual, dada a escassez no mercado global consequente ao aumento de demanda por todos os serviços hospitalares do mundo. Em especial, as mascaras N95, mascaras cirúrgicas e aventais de isolamento. Práticas como o uso extendido de mascaras N95, uso universal de mascaras cirúrgicas, compartilhamento de aventais de isolamento entre pacientes e uso de dupla-luva são implementadas de acordo com a situação de cada hospital.
Por fim, alterações muito significativas no funcionamento dos hospitais também tem ocorrido, como: cancelamento de atendimentos ambulatoriais, manutenção apenas de cirurgias de urgência e cirurgias eletivas prioritárias (oncológicas e cardíacas), remanejamento de equipes de áreas menos críticas para áreas mais críticas ou para realização de atendimentos fora de suas áreas habituais de atuação, alterações nas políticas de acompanhantes e visitantes, cancelamento de atividades de ensino para as várias especialidades da saúde, necessidade de estabelecimento de coortes de pacientes portadores de Covid ou não, entre outras.
Breve Fundamentação Teórica
A emergência e subsequente pandemia pelo SARS-CoV2 levou a necessidade de adaptações significativas nos sistemas de saúde de todo o mundo. Como consequência, os serviços de controle de infecção e gerenciamento de antimicrobianos precisaram se adaptar rapidamente a essa nova situação, em que o conhecimento sobre o agravo é muito recente e dinâmico.
Além disso, mesmo havendo muitas publicações com abordagem dos aspectos clínicos, diagnósticos e transmissibilidade da Covid-19, a ocorrência de superinfecções bacterianas ou fúngicas, comunitárias ou hospitalares, tem sido pouco descrita. Apesar disso, os estudos clínicos apontam que mais de 90% dos pacientes fazem uso de antimicrobianos e a complicação por infecções bacterianas e fúngicas não tem sido incluída nas analises de prognóstico.
Um outro ponto é que a maior parte dos protocolos têm abordado a prevenção da transmissão do SARS-Cov2 entre pacientes e para profissionais da saúde, mantendo em segundo plano a prevenção de infecções hospitalares. No entanto, a recomendação da aplicação dessas medidas já habitualmente recomendadas se mantém, sendo especialmente desafiadora nesse contexto da pandemia pela Covid-19, até mesmo porque a prevenção de infecções hospitalares é fundamental para a preservação de vidas de pacientes internados independentemente do diagnóstico.
Desta forma, se faz necessário investigar se todas essas mudanças repercutem nos indicadores de prevenção e controle de infecção hospitalar, para que intervenções de melhoria mais adequadas sejam estudadas e aplicadas.
Objetivos e Metas
Objetivo Geral:
Analisar os indicadores de prevenção e controle de infecção relacionada a assistência à saúde durante a pandemia pelo SARS-CoV2.
Objetivos Específicos
Avaliar a densidade de incidência de infecção de corrente sanguínea relacionada a cateter venoso central, pneumonia associada ou não a ventilação mecânica e infecção do trato urinário associada a sonda vesical de demora e comparar as taxas da UTI Adulto com as da USRAG.
Avaliar a taxa de infecção do sítio cirúrgico nas cirurgias limpas
Analisar o consumo de antibióticos e a qualidade das prescrições de antimicrobianos
Analisar os agentes infecciosos mais prevalentes em amostras clínicas e o perfil de sensibilidade.
Analisar o consumo de álcool-gel por paciente-dia
Analisar a adesão à higienização das mãos
Analisar a incidência de infecção e colonização por bactérias multirresistentes (Acinetobacter baumanii e Pseudomonas aeruginosa resistentes a carbapenêmicos, Enterobactérias resistentes a carbapenêmicos, Staphylococcus aureus resistente a oxacilina, Enterococcus resistente a vancomicina)
Analisar a taxa de infecções infecções por Clostridium
Analisar a ocorrência de infecções hospitalares por SARS-CoV2
Metodologia
Trata-se de um estudo observacional e descritivo dos indicadores do controle de infecções hospitalares no período de 2019 a 2021. Serão analisados:
Densidades de Incidência de Infecção de Corrente Sanguínea Relacionada a Cateter Central nas unidades críticas, Pneumonia associada ou não a ventilação mecânica nas unidades críticas, Infecção de Trato Urinário associada a Sonda Vesical de demora, Infecção do sítio cirúrgico em cirurgias limpas, Densidade de incidência de infecção e/ou colonização por bactérias multirresistentes, taxa de incidência de infecções por Clostridium, Consumo de Antibióticos, Qualidade das Prescrições,descrição dos agentes infecciosos mais prevalentes, percentual de Adesão à Higienização das Mãos e Consumo de álcool-gel em ml por paciente-dia, Taxa de incidência de infecções hospitalares por SARS-CoV2.
Resultados Esperados
Há uma possibilidade de que, com todas as alterações do ambiente hospitalar em um contexto de pandemia, haja impacto na taxa de infecções relacionadas a assistência e transmissão cruzada de bactérias multirresistentes.
Considerando também o perfil específico de pacientes que serão assistidos em número significativo com a Covid-19 – pacientes com doença respiratória grave portadores de comorbidades, é provável que o perfil de consumo de antibióticos também seja alterado para atender a esta condição.
Os resultados também dependerão da capacidade de manter ativas as ações do programa de prevenção de infecções relacionadas a assistência a saúde e gerenciamento de antimicrobianos.
Área de Conhecimento
Subárea de Conhecimento
Há previsão de Orçamento proveniente na unidade acadêmica?
Não
Cronograma da Execução
Submissão CEP / CONEP: Maio/2020
Coleta dos dados : Junho/2020 a Junho de 2021
Análise dos dados: Julho a Dezembro de 2021
Redação dos Trabalhos: Janeiro a Abril de 2022
Publicação e Apresentação dos resultados: Maio a Julho de 2022
Tempo total de execução previsto
24