Informações
Nível de aprovação pela UnB
Aprovado pela UnB
Nome Completo do Proponente
Clélia Maria de Sousa Ferreira Parreira
Matrícula UnB
744255
Unidade acadêmica da UnB
cleliaparreira@unb.br
Link Cúrriculo Lattes
Título da Proposta
ATENDIMENTO INTERPROFISSIONAL PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL: DESAFIOS PARA A PRODUÇÃO DO CUIDADO EM TEMPOS DE PANDEMIA/COVID-19
Sumário Executivo da Proposta
Promoção da saúde mental da comunidade universitária em situação de sofrimento psíquico decorrente do enfrentamento da situação de pandemia pelo COVID-19. Para tanto, o projeto prevê a estruturação de uma equipe interprofissional, composta por profissionais de diferentes profissões, vinculados às mais variadas unidades acadêmicas e campi universitários, além de discentes em processos formativo na área da saúde. A oferta de atendimento individualizado e coletivo pretende se constituir resposta institucional e acolhimento e cuidado integral ao segmento populacional que apresenta sinais de comprometimento ou dificuldade com a lida cotidiana de sentimentos negativos resultantes do enfrentamento de situações de isolamento social, luto, medo, angústia, incerteza e outros tipos de respostas que impedem a busca de alternativas de superação das ameaças à vida e à saúde mental, ambas extremante comuns em situações extremas como é o caso de uma pandemia.
Palavras-chave
Interprofissionalidade, Sofrimento Psíquico, Pandemias
Número de Integrantes da Equipe
5
Nome dos Integrantes da UnB
Denise Bomtempo Birche de Carvalho, Laércia Abreu Vasconcelos, Patrícia de Souza Rezende, Priscila Almeida Andrade
Há integrantes externos à UnB?
Não
Possui apoio de Grupo de Pesquisa Certificado pela UnB no CNPq?
Não
Público alvo
Análise do Contexto
Desde janeiro de 2020, foi criado o Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública para o novo Coronavírus (COE–nCoV), estratégia prevista no Plano Nacional de Resposta às Emergências em Saúde Pública do Ministério da Saúde, como resposta ao enfrentamento do novo Coronavírus (2019-nCoV). Com isso, frente à Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) por doença respiratória, causada pelo novo coronavírus (2019-nCoV), e decretada mundialmente como pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS), há necessidade de se buscar orientar, conforme estabelecido no Protocolo de Tratamento do Novo Coronavírus (2019-nCoV), a Rede de Serviços de Atenção à Saúde do SUS para atuação na identificação, notificação e manejo oportuno de casos suspeitos de Infecção Humana pelo Novo Coronavírus de modo a mitigar os riscos de transmissão sustentada no território nacional, no sentido de atualizar os serviços de saúde com base nas evidências técnicas e científicas nacionais e/ou internacionais; evitar transmissão do vírus para profissionais de saúde e contatos próximos; evitar que os casos confirmados evoluam para o óbito, por meio de suporte clínico; orientar sobre a conduta frente aos contatos próximos; acompanhar a tendência da morbidade e da mortalidade associadas à doença; produzir e disseminar informações epidemiológicas (BRASIL, 2020, p. 6).
Tal situação, a despeito das formas e respostas que possam ser dadas pelo Sistema Único de Saúde, tem implicado no surgimento de um tipo de sofrimento psíquico marcadamente relacionado às situações de isolamento social, pânico e estresse decorrente do crescente número de mortes, da impossibilidade de proteção segura, das alterações repentinas - e nem sempre planejadas - nas rotinas de estudo e trabalho, na redução necessária no fluxo e frequência das interações sociais, com consequente diminuição de espaços e momentos para convício familiar. Soma-se a isso, a preocupação com inexistência de medicamentos eficazes próprios para o caso do COVID-19, o desconhecimento ou suspeita da falta de controle com relação ao contágio e as diversificadas maneiras de subjetivação do risco da morte e da dificuldade de adequação ou adaptação às exigências impostas pelas determinações e recomendações como razões do surgimento ou agravamento do sofrimento psíquico com o qual se deve lidar.
Para a Organização Pan-Americana de Saúde, uma epidemia de grande magnitude produz um tipo de perturbação social nem sempre contornável ou de fácil superação por parte da pessoa, comunidade ou segmento populacional afetado. Ao discutir a proteção da saúde mental em situações de epidemias, a própria OPAS estima um “aumento da incidência de transtornos psíquicos (entre um terço e metade da população exposta pode vir a sofrer alguma manifestação psicopatológica, de acordo com a magnitude do evento e o grau de vulnerabilidade)” (OPAS, 2020, p.4).
São fatores e situações que têm sido responsáveis pela criação de uma ambiência extremamente prejudicial à saúde mental, que pede resposta institucional.
Breve Fundamentação Teórica
No caso da Universidade de Brasília, não somente considerando o quantitativo elevado e plural de pessoas que compõe sua comunidade universitária, mas – acima de tudo – levando em conta as possíveis implicações que tal situação tem ou pode vir a ter na produção de sofrimento psíquico, ainda que não relacionado ao acometimento do próprio vírus, mas às mudanças que sua existência tem produzido nas diferentes dimensões da vida das pessoas (econômica, acadêmica, relacional, afetiva, criativa, produtiva e psicológica) se faz necessário a oferta de um serviço voltado à promoção da saúde mental no contexto universitário em tempos de pandemia.
O agravamento de casos de ansiedade e depressão, bem como a diminuição das capacidades produtivas e sociais no âmbito da comunidade universitária, comprometem a saúde mental de seus membros e requer, de forma imediata e preventiva, a estruturação de um apoio mais sistemático e regular para estudantes, servidores técnicos e administrativos, docentes e demais colaboradores institucionais.
Objetivos e Metas
Objetivo geral:
Promover a saúde mental da comunidade universtária mediante a estruturação e oferta de atendimento interprofissional de saúde voltado à comunidade universtária, visando mitigar o sofrimento psíquico resultante do enfrentamento do CIVID-19 e de suas consequências.
Objetivos específicos:
• Compor equipe interprofissional de cuidado em saúde no âmbito da Universidade para oferta de atenção às pessoas que no enfretamento do COVID-19 apresentam sinais de sofrimento psíquico;
• Conhecer os tipos de sofrimento vivido pela comunidade universitária e estabelecer relações com as terapêuticas e tipos de cuidado mais adequados a cada caso;
• Propor mecanismos e estratégias de promoção da saúde mental em contextos e cenários de pandemia, levando em conta a complexidade de suas implicações;
• Integrar cuidado interprofissional, pesquisa e formação em saúde, mediante a criação de mecanismos, fluxos, estratégias e atendimentos individualizados e coletivos que envolvem profissionais e estudantes de diferentes profissões, que tenham contribuições a dar na organização e criação de rotinas e projetos terapêuticos de atendimento que orientem o cuidado em saúde mental em tempos de pandemia.
Metas:
• Criação de um equipe interprofissional de cuidado em saúde no âmbito da Universidade, composta por docentes e estudantes de diferentes profissões de saúde e vinvulados às distintas unidades acadêmicas com interface com as temáticas do projeto (sofrimento psíquico, cuidado centrado no paciente, interprofissionalidade, pandemia e COVID-19);
• Realização de estudos sobre tipos de sofrimento vivido pela comunidade universitária;
• Identificação das terapêuticas e tipos de cuidado mais adequados ao atendimento de casos complexos de sofrimento psíquico por razão de enfrentamento de pandemias e do COVID-19;
• Proposição de mecanismos e estratégias de promoção da saúde mental em contextos e cenários de pandemia que possam ser adotadas, do ponto de vista institucional, pela Universidade de Brasília;
• Criação de espaço e oferta de atividades formativas essenciais, para além das salas de aula e daquelas já constantes nos currículos dos cursos de graduação em saúde, que permitam a vivência e a aprendizagem interprofissional e práticas de cuidado colaborativo;
• Criação de mecanismos, fluxos, estratégias e atendimentos individualizados e coletivos que envolvem profissionais e estudantes de diferentes profissões, que tenham contribuições a dar na organização e criação de rotinas e projetos terapêuticos de atendimento que orientem o cuidado em saúde mental em tempos de pandemia.
Metodologia
Do ponto de vista metodológico, o trabalho será orientado pelos elementos da pesquisa-ação, entendida como instância formativa e de intervenção (Campos, 2020), mediante a realização de estudos sobre tipos de sofrimento vivido pela comunidade universitária e a identificação das terapêuticas e tipos de cuidado nos casos complexos de sofrimento psíquico por razão de enfrentamento de pandemias. Estudos qualitativos exploratórios, cuja fonte de dados será a narrativa dos participantes e a observação da equipe interprofissional, com garantia de interatividade pesquisadores-participantes no contexto no qual se encontram (Yin, 2016), convívio e intercâmbio de experiências captadas pelo olhar, falar, sentir, vivenciar, experimentar (Fernandes, & Moreira, 2013).
Resultados Esperados
Para a abordagem de situações complexas, a literatura internacional vem alertando para o conceito de Cuidado Centrado no Paciente (CCP), cuja principal implicação está na necessária adoção de práticas de cuidado mais colaborativas e interprofissionais, o que tem assegurado a participação das diferentes áreas do conhecimento e disciplinas na qualificação da atenção prestada, bem como a tomada de decisão acerca dos melhores tratamentos e das terapêuticas mais adequadas sendo tomadas por uma equipe interprofissional (CIHC, 2007). Existem estudos nos quais ficam evidenciadas que há maior envolvimento do paciente quando ele percebe que os cuidados que lhes estão sendo prestados estão estreitamente relacionados às suas necessidades (Sumsion, & Lencucha, 2007). Saber sobre sua saúde, sobre as possibilidades concretas que o tratamento sugerido implica têm sido reconhecido como fundamental para a tomada de decisão que lhes cabe. Os componentes comuns do cuidado centrado no paciente, tidos como passíveis de serem conduzidos por equipes interprofissionais, com resultados positivos na produção de práticas colaborativas são: 1) cuidado holístico; 2) cuidado colaborativo; e, 3) cuidado responsivo (Sidani & Fox,2013).
Equipe composta, atendimento estruturado, oferta de cuidado, estudos realizados e seus resultados disseminados, profissionais e estudantes qualificados para abordagem e vivências interprofissionais, com potencial para influenciar a forma de resposta institucional para casos de pandemia.
Área de Conhecimento
Subárea de Conhecimento
Há previsão de Orçamento proveniente na unidade acadêmica?
Sim
Valor da previsão de financiamento da unidade
R$ 100.000,00 (SEI 23106.030453/2020-30)
Cronograma da Execução
Objetivo 1 - Compor equipe interprofissional de cuidado em saúde no âmbito da Universidade para oferta de atenção às pessoas que no enfrentamento do COVID-19 apresentam sinais de sofrimento psíquico
Levantamento junto às Unidades Acadêmicas a existência de iniciativas ou projetos similares, voltadas ao tema ou ao público, para identificar possíveis articulações e evitar sobreposição de esforços e ações - 1 Trimestre
Levantamento dos profissionais de saúde com perfil e disponibilidade para compor a equipe e realização de processo seletivo específico para composição da equipe técnica e do quadro discente do projeto - 1 Trimestre
Realização de curso de nivelamento sobre sobre Interprofissionalidade e Práticas Colaborativas em Saúde - 1 e 2 Trimestres
Realização de atividades formativas e de socialização sobre conhecimentos acumulados sobre sofrimento psíquico - 1 e 2 Trimestres
Realização de estudos sobre COVID-19 e atualização sobre a situação mundial, e no Brasil - 1 ao 12 Trimestres
Objetivo 2 - Conhecer os tipos de sofrimento vivido pela comunidade universitária e estabelecer relações com as terapêuticas e tipos de cuidado mais adequados a cada caso
Elaboração de pesquisa e submissão ao comitê de ética para realização dos estudos que subsidiem a escolha dos procedimentos, técnicas terapêuticas - 2 e 3 Trimestres
Estabelecimento dos protocolos de atendimento, criação de fichas de atendimento para controle e monitoramento dos casos - 2, 3 e 4 Trimestres
Objetivo 3 - Integrar cuidado interprofissional, pesquisa e formação em saúde, mediante a criação de mecanismos, fluxos, estratégias e atendimentos individualizados e coletivos que envolvem profissionais e estudantes de diferentes profissões, que tenham contribuições a dar na organização e criação de rotinas e projetos terapêuticos de atendimento que orientem o cuidado em saúde mental em tempos de pandemia.
Construção, testagem e validação de instrumentos que orientem os fluxos e as dinâmicas de atendimento junto à população - 2, 3, 4 e 5 Trimestres
Realização de treinamento para adoção dos instrumentos e fluxos aprovados - 3 e 4 Trimestres
Objetivo 4 - Propor mecanismos e estratégias de promoção da saúde mental em contextos e cenários de pandemia, levando em conta a complexidade de suas implicações;
Realização de atendimentos individuais e coletivos junto à população prioritária 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10 Trimestres
Identificação de espaço(s) físico(s) para realização dos atendimento, levando em conta a possibilidade de sua estruturação multicampi ou em modalidade itinerante - 1 e 2 Trimestres
Socialização dos resultados em eventos acadêmicos, visando o aperfeiçoamento das ações e a melhoria da atenção prestada - 4, 7 e 10 Trimestres
Tempo total de execução previsto
36