Informações
Nível de aprovação pela UnB
Aprovado pela UnB
Nome Completo do Proponente
Leandro de Souza Cruz
Matrícula UnB
2058914
Unidade acadêmica da UnB
leandro.s.cruz@hotmail.com
Link Cúrriculo Lattes
Título da Proposta
Aluguel social: ações mitigadoras durante a Pandemia da Covid-19 e perspectivas para políticas habitacionais.
Sumário Executivo da Proposta
O aluguel social é instrumento de política habitacional e planejamento urbano empregado em diversos países, cujo histórico confunde-se com as primeiras iniciativas de oferta da habitação social, ainda no século XIX. Pauta-se na perspectiva cidadã de garantia de direitos. Deve-se considerar, ainda, que trata-se de um importante indutor de dinâmicas espaciais positivas, com potencial para corrigir desigualdades socioespaciais e influenciar consideravelmente a vida urbana por meio da circulação de bens e serviços. Entre 2014 e 2018, foram desenvolvidos pela CODHAB e SEGETH estudos sobre a viabilidade e benefícios de ocupar áreas centrais de Brasília. Tentou-se, na ocasião, identificar trechos urbanos dotados de infraestrutura e com baixa ocupação de imóveis em relação à intensidade de atividades produtivas, tentando corrigir esse desequilíbrio e otimizar gastos na construção e aquisição de novas unidades habitacionais. A crise que ora enfrentamos relacionada a COVID-19 coloca em evidência as vulnerabilidades decorrentes da segregação espacial no DF e da baixa ocupação de unidades imobiliárias. Em cidades como Brasília e Belo Horizonte, iniciativas governamentais investiram na ocupação de hotéis e edifícios vazios na tentativa de acolher população de rua e pessoas que fazem parte de grupos de risco, como os idosos, medidas que se apresentam com potencial para equacionar demandas urgentes e conduzir de forma justa o planejamento do território. O que propomos com esta pesquisa é: a) levantar um breve percurso sobre habitações em áreas centrais de Brasília, seus limites e possibilidades; b) levantar dados populacionais e sobre unidades imobiliárias, enfatizando áreas centrais das seguintes Regiões Administrativas (RAs): Brasília (RA I); Ceilândia (RA IX); Samambaia (XII); Taguatinga (RA III); ; c) analisar as iniciativas de enfrentamento à COVID produzidas no âmbito de governos locais; d) produzir cenários a respeito dos efeitos na dinâmica urbana decorrentes de políticas de aluguel social; Metodologicamente, propomos levantar dados das Secretarias de Estado do Distrito Federal e Empresas públicas; identificar e analisar ações de enfrentamento à Covid-19 e produzir mapas das áreas especificadas no DF. Espera-se que esta pesquisa possa subsidiar discussões/ações de atores envolvidos com o déficit habitacional nas mais diversas esferas.
Tipo da Proposta
Palavras-chave
Habitação, planejamento urbano, Covid-19, Brasília
Número de Integrantes da Equipe
4
Nome dos Integrantes da UnB
Carolina Pescatori Candido da Silva, Leandro de Souza Cruz, Carolina Pescatori Candido da Silva
Há integrantes externos à UnB?
Não
Possui apoio de Grupo de Pesquisa Certificado pela UnB no CNPq?
Sim
Nome/Link do Grupo de Pesquisa certificado no CNPq pela UnB
Labeurbe - Laboratório de Estudos da Urbe / Grupos de Pesquisa Paisagem, Projeto e Planejamento; Cidades Possíveis / http://www.labeurbe.unb.br/
Público alvo
Análise do Contexto
A habitação é eixo orientador primordial de políticas urbanas. Experiências recentes no Distrito Federal produziram empreitadas inovadoras a partir de marcos importantes como a Lei Federal 11.888/08 - que garante assistência técnica gratuita para famílias até 3 salários mínimos - resultando em ações urbanas comunitárias, aprimoramento de metodologias no âmbito governamental, experiências no território baseadas na mobilização de atores no território. A pandemia da COVID-19 deu maior evidência a problemas relacionados à habitação, dentre os quais ressaltamos: a co-habitação e a exposição ao contágio; o ônus excessivo que os gastos com moradia representam para muitas famílias; más condições de habitabilidade de domicílios; precariedade ou ausência de infraestrutura sanitária nas habitações e assentamentos. Esses fatores, somados, colocam em evidência os riscos aos quais os grupos vulneráveis estão sujeitos.
Como medida mitigadora diante da Pandemia, o Governo do Distrito Federal colocou em prática ações que buscavam atenuar a exposição de grupos vulneráveis ao contágio
O debate sobre aluguel social resultou em diversas medidas governamentais, nas distintas regiões do país. A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro aprovou em março de 2020 o projeto de lei (A lei 8.778/2020) que concede o aluguel social a mulheres vítimas de violência doméstica e em extrema situação de vulnerabilidade por um período de 12 meses. No Governo do Distrito Federal, a Secretaria de Desenvolvimento Social garante provisões suplementares e provisórias prestadas em situação de calamidade pública. Ações dirigidas à população de rua e a pessoas em grupo de risco que compartilham habitação resultaram, por um lado, na construção de alojamento no Autódromo Internacional de Brasília - equipamento público subutilizado - e, por outro, na acomodação de idosos que se encontrava em vulnerabilidade social, sob risco de contaminação, em programa de hotelaria solidária. Ações semelhantes foram conduzidas em outros estados da Federação para atender pessoas cuja situação impede o isolamento domiciliar, que estejam compartilhando moradia com pessoas infectadas ou suspeitas de infecção pelo coronavírus.
Breve Fundamentação Teórica
O direito social à moradia é previsto no art. 6o da Constituição Federal, consoante ao especificado na Lei 10.257 que estabelece diretrizes gerais da política urbana, garante o direito a cidades sustentáveis, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer. Diretrizes que conflitam com a situação em que vivem muitas famílias hoje no Distrito Federal. Sendo assim, esta pesquisa conduz uma abordagem que possa fornecer subsídios potencialmente capazes de efetivar ações contingentes tornando-as perenes, na forma de programas urbanos, projetos de largo escopo e de leis que garantam a moradia digna. Consideramos ainda a Lei Federal 11.888/08 que garante assistência técnica pública e gratuita à famílias de baixa renda, além de "otimizar e qualificar o uso e aproveitamento racional do espaço edificado e de seu entorno[...]". Embora o marco legal sobre o tema privilegie iniciativas de construção, as melhorias habitacionais, a capacitação da comunidade e a promoção da vida urbana justa e equânime levanta questões a respeito das possibilidades de financiamento da habitação em modalidades menos dispendiosas e mais efetivas na garantia de moradia justa para toda a população.
Objetivos e Metas
Promover estudos que indiquem a viabilidade da habitação social no Distrito Federal buscando fomentar, por meio de estudos técnicos, o financiamento de moradia por meio de aluguel social, considerando as Regiões Administrativas identificadas no escopo.
Metas:
a) levantamento de dados temáticos junto aos órgão da administração pública local sobre a distribuição populacional, de acordo com perfil urbano (moradia, infraestrutura) e populacional (renda, faixa etária, configuração familiar);
b) dimensionar a demanda por moradia nas referidas RAs, cotejando com os percentuais de imóveis desocupados em cada área;
c) propor diretrizes e fomentar programas que visem a promoção de moradia por meio de aluguel social conduzido por governos e entidades
Metodologia
Metodologicamente, propomos levantar dados das Secretarias de Estado do Distrito Federal e Empresas públicas, como CODEPLAN, SEDUH, para gerar mapas temáticos por meio de softwares livres e gratuitos (QGis) ou que tenham o uso autorizado à Universidade de Brasília. Utilizar dados da PNAD e Secretaria de Fazenda para dimensionar demandas e categorizar os graus de vulnerabilidade e/ou ônus excessivo que a moradia representa para a realidade de grupos de baixa renda. Identificar e analisar ações de enfrentamento à COVID-19 e produzir mapas das áreas especificadas no DF. Espera-se que esta pesquisa possa subsidiar discussões/ações de atores envolvidos com o déficit habitacional, especialmente em grupos vulneráveis.
Resultados Esperados
Produzir mapas temáticos e dados técnicos potencialmente capazes de subsidiar programas e políticas voltadas para garantir moradia adequada para o conjunto da população no Distrito Federal - com repercussões possíveis em outras cidades. A pesquisa pode ser fonte norteadora de ações promovidas por instituições e governos na direção da garantia de habitação digna.
Produtos:
i) mapas de: perfil domiciliar nas RAs a serem analisadas; estatísticas e configuração urbana (natureza das áreas; ocupações informais; infraestrutura e equipamentos urbanos);
ii) categorização dos tipos de demanda por moradia;
iii) diretrizes para o suprimento de déficit domiciliar e melhorias habitacionais (acesso) por meio de programa de aluguel social.
Área de Conhecimento
Subárea de Conhecimento
Há previsão de Orçamento proveniente na unidade acadêmica?
Não
Cronograma da Execução
O projeto terá duração de 12 meses: junho de 2020 a maio de 2021
COLETA DE DADOS: junho de 2020 a abril de 2021
DIVULGAÇÃO PARCIAL: agosto de 2020 a abril de 2021
TABULAÇÃO DE DADOS: agosto de 2020 a abril de 2021
GEOPROCESSAMENTO: setembro de 2020 a abril de 2021
DIAGNÓSTICO: novembro de 2020 a abril de 2021
CONCLUSÕES: novembro de 2020 a maio de 2021
RELATÓRIO FINAL: abril a maio de 2021
1. Identificar o breve histórico do aluguel social - moradia social
2. levantar dados/estudos junto à agências públicas
3. analisar iniciativas de municípios no combate ao COVID-19 relacionadas à habitar/abrigar/morar
4. projetar/perspectivas para o DF, nas RAs escolhidas.
Tempo total de execução previsto
12