Informações
Nível de aprovação pela UnB
Aprovado pela UnB
Nome Completo do Proponente
Juscelino Eudâmidas Bezerra
Matrícula UnB
1080849
Unidade acadêmica da UnB
juscelinob@yahoo.com.br
Link Cúrriculo Lattes
Título da Proposta
Alimentar a cidade: o impacto econômico e social provocado pela pandemia do novo coronavírus (COVID-19) no setor de alimentação em Brasília - DF
Sumário Executivo da Proposta
Toda pesquisa surge de uma curiosidade, uma provocação, de uma vontade de saber. Muitas vezes esses rompantes de descoberta podem eleger temas e questões que a priori não são urgentes ou que apenas obedecem à um projeto pessoal do pesquisador. A pandemia do novo coronavírus (COVID-19) criou uma espécie de suspensão para o mundo da pesquisa. A suspensão como um aspecto positivo já que entre os diferentes significados da palavra dois deles cabem perfeitamente nessa metáfora. O sentido de interrupção e o sentido de suspensão (elevar-se, suster no ar). As universidades e os pesquisadores em todas as áreas de algum modo interromperam suas respectivas pesquisas para logo em seguida utilizar seus conhecimentos para contribuir com ações e medidas que possam ajudar a combater os efeitos da pandemia. Paralelamente, os pesquisadores suspenderam a pesquisa, elevaram-na, com o intuito de colocar em evidência o evento da pandemia de modo que toda a comunidade acadêmica possa visualizar essa temática a partir de cada província do saber.
A presente proposta de pesquisa surgiu quando comecei a notar nas minhas caminhadas para ir ao supermercado (um dos poucos estabelecimentos que se mantiveram abertos durante o período de quarentena) a proliferação de placas e faixas de aluguel de muitos estabelecimentos comerciais do setor de alimentação. Como geógrafo logo pensei em qual seria o impacto econômico, social e cultural do fechamento desses estabelecimentos para a economia urbana e regional. O regional se explica pois como característica particular do setor de alimentação, os produtos utilizados nesse setor envolvem uma ampla rede geográfica composta por agricultores e agricultoras, trabalhadores do setor de transporte e logística, indústria alimentícia, serviços de catering etc. Ou seja, a cada ponto comercial fechado podemos ter a exata noção do que isso significa para toda a rede. Foi a partir da observação da cidade e sua vida de relações que tomei a iniciativa de buscar contribuir nesse período de suspensão através da geografia. Sendo a geografia uma ciência que busca realizar estudos e pesquisas sobre a dinâmica socioespacial creio ser de extrema relevância analisar o impacto econômico e social provocado pela pandemia do novo coronavírus (COVID-19) no setor de alimentação em Brasília (DF). Com a pesquisa espera-se contribuir com a sistematização dos dados sobre o setor de alimentação mediante obtenção de informações sobre o quantitativo de estabelecimentos, seu perfil, localização e estimativas quanto ao peso do setor no total de empregos. Realizar entrevistas com os atores diretamente afetados pela crise econômica advinda/aprofundada em virtude da pandemia procurando identificar as demandas de cada uma das atividades, bem como conhecer seus pontos de vista e estratégias utilizadas durante o período. Com a técnica de geoprocessamento pretende-se ainda contribuir com a identificação das regiões administrativas que mais registraram o fechamento de estabelecimentos e da mesma forma oferecer aos órgãos de planejamento e aos representantes do setor um retrato o mais atual possível sobre os desdobramentos da crise de saúde para o setor de alimentação.
Tipo da Proposta
Palavras-chave
impactos socioeconômicos;COVID-19; setor de alimentação;Brasília
Número de Integrantes da Equipe
11
Nome dos Integrantes da UnB
Prof. Dr. Juscelino Eudâmidas Bezerra (GEA/UnB) – Coordenação Geral,Profa. Dra. Shadia Husseini Araújo (GEA/UnB) – Pesquisadora Convidada,Marcelo Ramalho Agner (Doutorando, POSGEA/UnB) – Coordenador de Pesquisa,Isaias Victor Ives da Silva (Mestrando/POSGEA/UnB) – Coordenador assistente,Eduardo Fernandes Marcusso (Doutorando, POSGEA/UnB/ Ministério da Agricultura) – Colaborador,Marcela Antonieta Souza da Silva (Estudante de Graduação, GEA/UnB) – Assistente de pesquisa,Frederico Paiva Guimaraes Silva (Estudante de Graduação, GEA/UnB) - Assistente de pesquisa,Beatriz da Silva Martins Silva (Estudante de Graduação, GEA/UnB) - Assistente de pesquisa/voluntária,Yngrid Raissa Silva Oliveira Silva (Estudante de Graduação, GEA/UnB) - Assistente de pesquisa/Voluntária,Milena Tayamara Gomes de Sousa Silva (Estudante de Graduação, GEA/UnB) - Assistente de pesquisa,Tito Abayomi (Geógrafo e especialista em geoprocessamento).
Há integrantes externos à UnB?
Sim
Possui apoio de Grupo de Pesquisa Certificado pela UnB no CNPq?
Sim
Nome/Link do Grupo de Pesquisa certificado no CNPq pela UnB
Governança, Agronegócio e Redes de Produção Global - GovernAGRO/dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/0839506835162554 Identificação
Público alvo
Análise do Contexto
A crise do novo coronavírus (COVID-19) desafia o funcionamento de todo o setor de comercialização de alimentos, mormente o setor de alimentação fora de casa, justamente pelo seu caráter de copresença, interação e convivialidade. Brasília assim como as demais grandes cidades no país enfrentam esse problema desde meados do mês de março de 2020.
A capital federal superou os três milhões de habitantes na estimativa populacional organizada pelo IBGE em 2019. Assim, ressalta-se que, ao somar os municípios que compõem sua área metropolitana delimitada pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (CODEPLAN), a população ultrapassa os 4 milhões.
No quesito renda e potencial de consumo, Brasília apresenta o maior índice de renda domiciliar per capita do país e o terceiro mercado em potencial de consumo. Ou seja, trata-se de uma localidade de demasiada importância na rede urbana brasileira.
A análise do setor de alimentação em Brasília traz desafios particulares por ser esta uma cidade planejada, construída do zero e que já surge com demandas autoinduzidas. No ano de sua inauguração, em 1960, o Plano Piloto e os primeiros núcleos urbanos somavam à época mais de 140 mil habitantes (PAVIANI,2007).
Os espaços de comercialização apresentavam uma localização pré-determinada no plano urbanístico de Lúcio Costa e eram situados em sua grande maioria no eixo comercial delimitado pela Avenida W3 nas porções sul e norte, bem como as áreas comerciais dispostas nas entrequadras residenciais.
Com o término da construção da cidade e a vinda dos primeiros moradores das superquadras transferidos da antiga capital, a constituição das “cidades satélites”, o aumento do fluxo migratório, a demanda por acesso regular a mercadorias e alimentação aumenta, forçando o governo a intervir.
No tocante ao abastecimento de alimentos em Brasília esta atividade foi, a princípio, de responsabilidade do Estado com a criação da companhia estatal Sociedade de Abastecimento de Brasília – SAB, fundada no ano de 1962. A SAB foi idealizada com o objetivo de suprir a demanda urbana de comercialização de alimentos no período em que as redes privadas inexistiam na capital federal. Esse órgão também cumpria o papel de estimular a produção local de alimentos. A estatal chegou a ter sete lojas nas regiões do Plano Piloto, do Lago Sul, do Lago Norte e do Gama.
Ainda nas décadas de 1960 e 1970, outras redes de supermercado passaram a atuar em Brasília além da companhia estatal SAB, tais como os supermercados Casas da Banha, Supermercado Slaviero, Supermercado Planalto, Rede Somar, Minibox e Jumbo (Grupo Pão de Açúcar). Este último inaugurou o primeiro Hipermercado de Brasília, em 1971, no recém-inaugurado shopping Conjunto Nacional (o segundo shopping construído no Brasil), localizado no coração da cidade, ao lado da rodoviária do Plano Piloto.
A chegada de grupos privados ao setor do varejo contribuiu para a perda de competitividade da SAB, cujas atividades foram encerradas no final da década de 1980. Desde então, o varejo alimentício de Brasília passou a ser controlado, de fato, por empresas de grupos locais, nacionais e internacionais, além da permanência dos centros de abastecimento, feiras e mercados públicos.
O crescimento urbano e populacional da capital federal provocou não somente a necessidade de equipamentos públicos e privados voltados para o abastecimento das famílias, mas também a necessidade de espaços de lazer que também evolvem a comercialização e consumo de alimentos tais como bares e restaurantes.
A cidade de Brasília representa um importante exemplo para o estudo da dinâmica da paisagem alimentar. O fato de a cidade apresentar um intenso processo de urbanização, aumento populacional, forte poder de consumo garantido pela maior renda per capta do país e cultura extremamente cosmopolita com a presença de migrantes nacionais e internacionais permitiu a constituição na capital federal de uma paisagem alimentar extremamente globalizada, complexa e diversa.
Da churrascaria e restaurante Paranoá, passando pelo Beirute, restaurante Piantella e o famoso PDS (reduto preferido dos estudantes da UnB) estes estabelecimentos ajudam a contar a história da cidade como locais de encontro, sociabilidade, calorosos debates políticos e manifestações culturais.
O setor de alimentação foi bastante afetado pela pandemia o que gerou um conflito de interesses entre parte do Governo, empresários e trabalhadores do setor, bem como especialistas em saúde pública e parte da sociedade civil. Por um lado, há um temor na proliferação dos casos do COVID pelo fato de ser um setor com bastante contato e por outro lado a preocupação com prejuízos econômicos.
Em notícia publicada pelo Jornal Metrópoles o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar-DF) reportou que 20% dos estabelecimentos do DF fecharam definitivamente com estimativa de demissão de 30 mil trabalhadores e R$ 750 milhões de prejuízo.
Em Brasília o primeiro caso de contaminação pelo novo coronavírus registrado pela Secretaria de Saúde ocorreu no dia 07 de Março. No dia 19 de Março de 2020 o Governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha assinou o Decreto N° 40.539 (19/03/2020) que suspendeu inúmeras atividades como medida de enfrentamento da emergência de saúde pública face ao novo coronavírus. No tocante ao setor da alimentação o decreto proibiu o funcionamento de estabelecimentos comerciais, de qualquer natureza, inclusive bares, restaurantes, lojas de conveniências e afins, excluindo-se supermercados, atacadistas e varejistas, minimercados, mercearias e afins, padarias (exclusivamente para venda de produtos), açougues e peixarias.
Nos meses subsequentes ao fechamento das atividades comerciais em Brasília passou-se a observar com frequência o surgimento de faixas comunicando o fechamento de muitos estabelecimentos e a disposição de espaços comerciais para aluguel antes ocupados por bares, restaurantes, lanchonetes e docerias.
Diante do quadro exposto podemos pensar em algumas perguntas norteadoras: quais regiões administrativas mais registraram fechamentos de estabelecimentos no setor de comercialização e consumo de alimentos? Qual o perfil dos estabelecimentos que encerram suas atividades? Quais agravos para a política de abastecimento da cidade de Brasília a partir do fortalecimento das redes de supermercados como canal exclusivo de comercialização de alimentos? Como os comerciais das feiras populares enfrentaram e enfrentam a crise em virtude da pandemia? Houve aumento nos preços dos alimentos? Quais foram/tem sido as estratégias dos bares e restaurantes para se adequar ao contexto de confinamento social e restrição de funcionamento? qual será o futuro do setor no pós-pandemia? Haverá mudanças na paisagem alimentar de Brasília?
Breve Fundamentação Teórica
O período de crise social em virtude da pandemia do novo coronavírus (COVID-19) recoloca o tema da alimentação como atividade fundamental. É quando recordamos o importante fato de que dependemos da alimentação para viver seja fisicamente seja como atividade que envolve ritos, tradições e sociabilidade. Nesse sentido, qualquer ameaça de desabastecimento cai como uma bomba com potencial de comprometer o modelo de organização da sociedade historicamente calcado na virtual abundância, perenidade e facilidade de acesso aos alimentos.
Numa sociedade majoritariamente urbana e de citadinos que não produzem seu próprio alimento isso significa que os mesmos devem buscar sua alimentação no mercado. O comércio funda-se na necessidade das trocas, no intercâmbio de objetos e valores de uso. A própria existência de um espaço propício e específico para permuta de mercadorias fundou e deu vida às cidades. Para Salgueiro e Cachinho (2009, p.9-10) “Em nenhuma civilização a vida urbana floresceu sem a presença das trocas. O comércio faz parte da razão de ser da cidade, viabiliza sua existência, explica sua organização e justifica muito do movimento e animação que nesta acontece”.
A alimentação na cidade depende fortemente dos laços comerciais estabelecidos com a dinâmica produtiva que acontece nos espaços rurais desde o momento da produção dos alimentos por parte dos agricultores e agricultoras, passando pelo transporte e distribuição dos produtos até a comercialização e consumo em diferentes pontos comerciais como feiras de rua, quitandas, redes de supermercados, bares, lanchonetes e restaurantes. É justamente o delineamento de uma rede que envolve os alimentos (followthethings!) e seus locais de produção, comercialização e consumo que permitiu o tema da alimentação também ser objeto de estudo da ciência geográfica. É crescente o número de publicações que se dedicam ao estudo da chamada geografia da alimentação cujo desafio maior é realizar estudos com recortes pós-disciplinares sobre a alimentação utilizando-se de metodologias as mais variadas e conceitos como o de paisagens alimentares (ATKINS, 1988; COOK, 2006;COOKE et al, 2013;GOODMAN, 2015; VONTHRON et al,2020).
A temática da alimentação na Geografia historicamente comparece na chamada geografia rural mais centrada na análise da paisagem rural cujo elemento definidor, por excelência, mas não somente, é a presença de atividades voltadas para a produção agropecuária. A discussão sobre o alimento comparece mais em termos de produção per si, uma abordagem quantitativa de produção e área plantada, matéria prima, insumo, sistemas de cultivo, fluxos de exportação etc.
Com a complexificação dos espaços mediante o avanço das trocas comerciais em escala mundial, maior divisão territorial do trabalho e o desenvolvimento das forças produtivas assistiu-se o interesse pelo estudo da geografia econômica. Esta última dedicou-se a realizar estudos sobre as múltiplas interações envolvendo o espaço social e a economia para pensar a centralidade, as redes e os fluxos envolvidos na produção de bens e serviços nos diversos setores, inicialmente agricultura, indústria, comércio e posteriormente o terciário moderno. Ao passo que a sociedade se moderniza com a adequação ao meio técnico-científico-informacional e a população passa a se concentrar cada vez mais nas cidades, as atividades econômicas diversificam-se. Ganha impulso o enfoque no consumo e sua relação com o espaço a partir de uma abordagem mais sintonizada com a geografia cultural (LESLIE,2009). Aprofunda-se teórica e empiricamente essa relação para propugnar que não existe apenas o consumo de um produto e/ou serviço, mas também o consumo do próprio espaço. Por isso mesmo, determinados espaços de consumo se transformam em espelho de uma sociedade e de indivíduos em busca de suas identidades, vide o exemplo da proliferação de shopping centers, a criação de lojas modernas que vendem mais do que um produto uma experiência de consumo. (LIPOVETSKY,2007)
Objetivos e Metas
Objetivo geral: analisar o impacto econômico e social provocado pela pandemia do novo coronavírus (COVID-19) no setor de alimentação em Brasília (DF). O setor será dividido para fins de análise em: feiras populares de rua, estabelecimentos de comercialização e consumo de alimentos (restaurantes, bares e lanchonetes), estabelecimentos de varejo alimentício (supermercados). Como objetivos específicos pretende-se:
- averiguar a importância do setor de alimentação na economia da cidade de Brasília através da movimentação financeira, injeção de recursos, massa salarial e representatividade no mercado de trabalho formal;
- identificar a ocorrência de fechamentos de estabelecimentos de comercialização e consumo de alimentos, contabilizá-los e estabelecer seu perfil;
- perscrutar o papel das redes de supermercados nos períodos de confinamento sendo estes estabelecimentos considerados parte das atividades essenciais e seu crescimento como canal de comercialização em tempos de crise.
- avaliar as mudanças verificadas no setor e suas estratégias para a permanência no mercado.
Metodologia
A metodologia da pesquisa organiza-se através de três eixos de operacionalização, a saber:
1) pesquisa bibliográfica: Seleção de livros, artigos e documentos com a posterior organização, triagem e fichamento do material selecionado. Construção do referencial teórico baseado nos seguintes conceitos e temas: cidade; relação cidade-campo; território e desenvolvimento; geografia econômica e do comércio; comércio e consumo de alimentos; globalização e redes de produção global; internacionalização das redes varejistas; centralização do capital e a formação de oligopólios; teoria da localização; mudanças nos hábitos de consumo.
2) coleta, sistematização e análise de dados: A pesquisa envolverá a coleta de dados primários e secundários utilizando como marco temporal o Decreto N° 40.539 (19/03/2020) que suspendeu inúmeras atividades como medida de enfrentamento da emergência de saúde pública face ao novo coronavírus. O recorte espacial será a cidade de Brasília particularmente as regiões administrativas do Plano Piloto – RA I, Lago Sul – RA XVI, Lago Norte – RA XVIII e Sudoeste/Octogonal – RA XXII. Para os dados primários pretende-se realizar visita in lócus em todas as quadras comerciais do plano piloto e áreas comerciais do lago norte, lago sul e sudoeste de modo a verificar se houve o encerramento temporário ou definitivo de estabelecimentos de comercialização de alimentos (bares, restaurantes e lanchonetes).Mediante contato com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL), o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (SINDHOBAR-DF) , Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) e Associação de Supermercados de Brasília (ASBRA) pretende-se realizar entrevistas com os representantes para obter informações sobre o impacto da pandemia no setor. Para o caso das feiras serão realizadas visitas para a aplicação de questionários entre os feirantes com objetivo de colher informações sobre o impacto do período de confinamento no que diz respeito ao comportamento das vendas no período pós abertura e na renda dos comerciantes. Por envolver maior contato e interação da equipe da pesquisa juntos aos comerciantes essa etapa será a última a ser realizada e a depender do quadro de evolução da COVID 19 a aplicação dos questionários poderá ocorrer mediante contato telefônico, por e-mail ou redes sociais. Sobre os dados secundários recorremos ao uso de dados estatísticos produzidos pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (CODEPLAN) e da Secretaria de Cidades do Governo do Distrito Federal, dados sobre o mercado de trabalho através da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS/ Ministério da Economia) particularmente informações sobre o número de estabelecimentos e estoque de empregos formais no setor de alimentação utilizando filtros específicos da classificação nacional das atividades econômicas (CNAE).Com relação ao supermercados realizar-se-á consulta aos dados da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), como também da Associação de Supermercados de Brasília (ASBRA).
3) produção de mapas e cartogramas para espacialização dos dados: Mediante a organização de dados da pesquisa realizaremos uma cartografia do impacto econômico e social pandemia do novo coronavírus (COVID-19) no setor de alimentação em Brasília (DF). Mediante o uso dos softwares Arcgis e Qgis serão produzidos mapas e cartogramas para que possamos espacializar os dados georreferenciados sobre o fechamento temporário e/ou definitivo de pontos comerciais associados ao setor de alimentação em Brasília. Desse modo, será possível obter uma dimensão geográfica do real impacto para a cidade no concernente à comercialização e abastecimento de alimentos na cidade de Brasília.
Resultados Esperados
A partir da realização da pesquisa espera-se contribuir com a realização de um diagnóstico sobre o setor de alimentação em Brasília e os impactos sociais e econômicos da pandemia do novo coronavírus (COVID-19). O primeiro aspecto a destacar é a sistematização dos dados sobre o setor viabilizada pela realização da pesquisa. Desse modo, será possível obter informações sobre o quantitativo de estabelecimentos, seu perfil, localização e estimativas quanto ao peso do setor no total de empregos. Outrossim, ao realizar entrevistas com os atores diretamente afetados pela crise econômica advinda/aprofundada em virtude da pandemia poderemos obter um quadro das necessidades de cada um dos setores, bem como conhecer seus pontos de vista e estratégias utilizadas durante o período. Afinal, a partir do registro das “vozes” desses atores poderemos inclusive socializar medidas e soluções promovidas pelo setor. Outro aspecto importante é que a partir do enfoque da Geografia e da técnica de geoprocessamento dos dados será possível contribuir com a identificação das regiões administrativas que mais registraram o fechamento de estabelecimentos e da mesma forma poderemos oferecer aos órgãos de planejamento e aos representantes do setor um retrato o mais atual possível sobre os desdobramento a crise de saúde para o setor. Por fim, espera-se ainda publicar artigos científicos, trabalhos em anais de vento e produção de podcasts para socialização dos resultados da pesquisa.
Área de Conhecimento
Subárea de Conhecimento
Há previsão de Orçamento proveniente na unidade acadêmica?
Não
Cronograma da Execução
Etapa 1 – Pesquisa bibliográfica e documental (Mês 1,2,3)
Etapa 2 – Construção do banco de dados (Mês 3,4,5 e 6)
Etapa 3 – Elaboração Relatório Parcial (Mês 6)
Etapa 4 – Complementação e análise do banco de dados (Mês 7 e 8)
Etapa 5 – Organização do material cartográfico (Mês 9 e 10)
Etapa 6 – Elaboração do Relatório Final (Mês 11 e 12)
Tempo total de execução previsto
12