Informações
Nível de aprovação pela UnB
Aprovado pela UnB
Nome Completo do Proponente
José Eduardo Pandossio
Matrícula UnB
1042611
Unidade acadêmica da UnB
pandossi@unb.br
Link Cúrriculo Lattes
Título da Proposta
Uso de medicamentos psicotrópicos por universitários da área de saúde no contexto da COVID-19
Sumário Executivo da Proposta
Com o aumento da atenção aos pacientes infectados pela COVID-19, houve uma preocupação com o impacto emocional que a pandemia poderia ter sobre a população em geral, principalmente considerando reações de depressão e ansiedade, dada a adoção de quarentena e as evidências de que a infecção poderia levar à morte. Nesse sentido, depreende-se que indivíduos que apresentassem previamente problemas envolvendo a saúde mental poderiam estar mais vulneráveis devido à pandemia. Considerando as evidências da literatura, nota-se que há uma vulnerabilidade prévia dos estudantes universitários da área de saúde acerca de problemas com a saúde mental, especialmente depressão e ansiedade e, em consequência, pode haver um alto índice na utilização de medicamentos psicotrópicos para o tratamento desses problemas. Com base nisso, o objetivo deste trabalho é investigar o padrão de utilização de medicamentos psicotrópicos por estudantes universitários da área de saúde no contexto da pandemia da COVID-19. Para tanto, será enviado aos estudantes universitários de cursos da área de saúde da Faculdade de Ceilândia (FCE) e do Centro Universitário Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB), por via eletrônica (e-mail), um formulário do Google Forms contendo questões a respeito do uso de medicamentos psicotrópicos pelos estudantes. Os dados serão analisados a partir da frequência (em %) nas respostas do formulário. Pretende-se, com este trabalho, verificar o número de estudantes usuários de medicamentos psicotrópicos e, a partir disso, avaliar a ocorrência de uma possível potencialização no padrão de uso desses medicamentos, devido às contingências impostas pela COVID-19.
Tipo da Proposta
Palavras-chave
psicotrópicos, universitários, saúde, COVID-19
Número de Integrantes da Equipe
5
Nome dos Integrantes da UnB
José Eduardo Pandossio, Graziela Furtado Scarpelli Ferreira, Luma de Alvarenga Rosa, Lorraine Pereira Nobre, Nathally Jullianne Trindade de Oliveira
Há integrantes externos à UnB?
Sim
Possui apoio de Grupo de Pesquisa Certificado pela UnB no CNPq?
Não
Público alvo
Análise do Contexto
Com o aumento da atenção aos pacientes infectados pela COVID-19, houve uma preocupação com o impacto emocional que a pandemia poderia ter sobre a população em geral, principalmente considerando reações de depressão e ansiedade, dada a adoção de quarentena e as evidências de que a infecção poderia levar à morte. Nesse sentido, depreende-se que indivíduos que apresentassem previamente problemas envolvendo a saúde mental poderiam estar mais vulneráveis devido à pandemia. Considerando as evidências da literatura, nota-se que há uma vulnerabilidade prévia dos estudantes universitários da área de saúde acerca de problemas com a saúde mental, especialmente depressão e ansiedade e, em consequência, pode haver um alto índice na utilização de medicamentos psicotrópicos para o tratamento desses problemas. Com base nisso, o objetivo deste trabalho é investigar o padrão de utilização de medicamentos psicotrópicos por estudantes universitários da área de saúde no contexto da pandemia da COVID-19. Para tanto, será enviado aos estudantes universitários de cursos da área de saúde da Faculdade de Ceilândia (FCE) e do Centro Universitário Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB), por via eletrônica (e-mail), um formulário do Google Forms contendo questões a respeito do uso de medicamentos psicotrópicos pelos estudantes. Os dados serão analisados a partir da frequência (em %) nas respostas do formulário. Pretende-se, com este trabalho, verificar o número de estudantes usuários de medicamentos psicotrópicos e, a partir disso, avaliar a ocorrência de uma possível potencialização no padrão de uso desses medicamentos, devido às contingências impostas pela COVID-19.
Breve Fundamentação Teórica
A partir da detecção do novo coronavírus em pacientes infectados na China, a Organização Mundial da Saúde (OMS) nomeou, no início de 2020, a Síndrome Respiratória Severa Aguda induzida pelo novo Coronavírus (SARS-COV-2) como a Doença induzida pelo Coronavírus 2019 (COVID-19), podendo levar a consequências fatais (Colizzi et al., 2020). Devido à sua transmissão pessoa-pessoa, houve um rápido alastramento da COVID-19 por todo o mundo, tornando-se uma emergência de saúde pública internacional (Cucinotta & Vanelli, 2020).
Com o aumento da atenção aos pacientes infectados, houve uma preocupação com o impacto emocional que a pandemia da COVID-19 poderia ter sobre a população em geral, principalmente considerando reações de depressão e ansiedade (Lima et al., 2020), dada a adoção de quarentena e as evidências de que a infecção poderia levar à morte. Nesse sentido, depreende-se que indivíduos que apresentassem previamente problemas envolvendo a saúde mental poderiam estar mais vulneráveis devido à pandemia (Yao et al., 2020), podendo levar a comportamentos aditivos, alterações cognitivo-comportamentais e psicossociais (Javelot et al., 2020). Ademais, o fato de que a prerrogativa mundial para evitar a infecção baseia-se no isolamento social e na diminuição da circulação das pessoas, quadros clínicos com sintomas psiquiátricos tenderam a um tratamento precário devido à diminuição da disponibilidade de profissionais da área de saúde mental ou, simplesmente, por não ser considerado um atendimento de saúde prioritário neste momento (Colizzi et al., 2020).
Considerando-se os estudantes universitários da área de saúde, é relatado que, em comparação com os demais estudantes, podem apresentar alta prevalência de problemas envolvendo a saúde mental, por estarem em maior contato com múltiplos estressores, como a pressão para o sucesso, a competição por notas e desempenho acadêmico, a carga de responsabilidade por lidarem com pacientes, estágios extenuantes geralmente convivendo com doenças e com a iminência da morte e, devido ao ingresso cada vez mais precoce na universidade, a necessidade de lidar com a transição da adolescência para a vida adulta nesse ambiente desfavorável (Tavolacci et al., 2018). Nesse sentido, Takagaki et al. (2018) relatam que 15-20% dos estudantes universitários de uma instituição japonesa haviam apresentado o diagnóstico de depressão maior logo no primeiro ano de curso. Entre estudantes de graduação e pós-graduação da área médica, 12% reportaram alto consumo de antidepressivos e ansiolíticos, sofrimento psíquico e alteração na qualidade de vida, associados à pressão profissional e questões pessoais (Fond et al., 2019). Ainda, um estudo brasileiro mostrou que, em um total de 312 estudantes de Medicina, quase a metade apresentava altos índices de depressão, ansiedade e stress no decorrer de dois anos de investigação (Moutinho et al., 2019).
Corroborando os dados citados, o uso crescente de estimulantes entre universitários, principalmente anfetaminas, muitas vezes utilizados erroneamente em associação com antidepressivos, pode causar vários problemas de saúde, como exacerbação dos sintomas depressivos, alterações cardíacas, ansiedade, aumento da pressão arterial, etc. Curiosamente, muitos desses estimulantes, como o metilfenidato, são utilizados por estudantes para tratar sintomas depressivos (Vo et al., 2015). Além dos antidepressivos, um estudo mostrou o uso de outros medicamentos utilizados sem prescrição médica por universitários, como hipnóticos, sedativos/ansiolíticos, estimulantes e analgésicos (McCabe et al., 2014).
Considerando essas evidências da literatura, nota-se que há uma vulnerabilidade prévia dos estudantes universitários da área de saúde acerca de problemas com a saúde mental, especialmente depressão e ansiedade e, em consequência, pode haver um alto índice na utilização de medicamentos psicotrópicos para o tratamento desses problemas. Baseado nessa ideia, a justificativa deste trabalho envolve a investigação de uma possível exacerbação no uso de psicotrópicos pelos estudantes universitários em um contexto relacionado à COVID-19, potencializando esse uso e podendo levar a prejuízos para a saúde dessa população, pois elementos como a automedicação e efeitos adversos significativos podem estar presentes.
Objetivos e Metas
Geral: Investigar o padrão de utilização de medicamentos psicotrópicos por estudantes universitários da área de saúde no contexto da pandemia da COVID-19.
Específicos:
a) Investigar o padrão de utilização de antidepressivos, ansiolíticos, sedativo-hipnóticos e do metilfenidato por estudantes universitários da área de saúde antes, durante e após o período de afastamento do ambiente físico da Universidade, tendo como referência o decreto do dia 11/03/2020, que suspendeu as aulas presenciais no Distrito Federal (DF), de acordo com edição extra do Diário Oficial do DF, no intuito de verificar uma possível alteração do uso (para aqueles que já eram usuários) ou o início do uso (para aqueles que ainda não eram usuários).
b) Avaliar o padrão de utilização dos medicamentos supracitados por estudantes universitários da área de saúde que tiveram as aulas suspensas a partir do referido decreto (estudantes da Faculdade de Ceilândia (FCE) da Universidade de Brasília (UnB), dos cursos de Farmácia, Enfermagem, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Saúde Coletiva e Fonoaudiologia) e outros que não tiveram as aulas suspensas (estudantes do Centro Universitário Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB), dos cursos de Biomedicina, Enfermagem, Farmácia, Nutrição, Odontologia e Psicologia, que mantiveram aulas à distância no período), no intuito de verificar se esse seria um possível fator de alteração do uso.
c) Avaliar o padrão de utilização dos medicamentos supracitados por estudantes universitários da área de saúde que cursam o início, a metade e o final dos cursos relacionados, no intuito de verificar se essa seria uma variável a ser considerada.
d) Evidenciar possíveis prejuízos decorrentes do padrão de utilização dos medicamentos supracitados por estudantes universitários da área de saúde, a partir do relato de efeitos adversos, interações farmacológicas e outros eventos relacionados.
e) Avaliar o nível de conhecimento dos estudantes universitários da área de saúde da FCE e do IESB acerca de boas práticas do uso de medicamentos psicotrópicos e de alternativas de tratamento, além da farmacoterapia, em situações de risco à saúde mental, como a pandemia da COVID-19.
Metodologia
Participantes
Serão recrutados, por meio eletrônico (e-mail), a partir das listas de matrícula da secretaria, estudantes universitários da área de saúde da Faculdade de Ceilândia (FCE) da Universidade de Brasília (UnB), dos cursos de Farmácia, Enfermagem, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Saúde Coletiva e Fonoaudiologia, e também do Centro Universitário Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB), dos cursos de Biomedicina, Enfermagem, Farmácia, Nutrição, Odontologia e Psicologia, para a participação voluntária no estudo. Dos cursos citados, serão selecionados os estudantes do 1º., 5º e 8º semestres, buscando-se avaliar os estudantes do início, meio e final dos cursos. Para cada instituição, o número de participantes estimado é de 540 estudantes, pois serão 3 turmas de cada curso, apresentando, em média, 30 alunos por turma, totalizando 1080 estudantes. O n total está de acordo com Tavolacci et al. (2018), que avaliaram parâmetros envolvendo a saúde mental de estudantes universitários da área de saúde por dois anos, sendo que o n total deste trabalho aproxima-se do n anual da referência supracitada.
Critérios de inclusão: Serão incluídos os estudantes:
a) regularmente matriculados em uma das instituições relacionadas e em um dos cursos especificados neste trabalho;
b) que estiverem cursando, pelo menos, 3 disciplinas referentes ao 1º., 5º. ou 8º. semestre de um dos cursos especificados neste trabalho;
c) acima de 18 anos e de qualquer gênero;
d) que tenham iniciado ou mantido, após o decreto do dia 11/03/2020, a utilização de um ou mais medicamentos psicotrópicos, independente do diagnóstico;
da FCE/UnB, que não tiveram aulas à distância após o decreto do dia 11/03/2020;
do IESB, que mantiveram aulas à distância após o decreto do dia 11/03/2020.
e) que tenham acesso à internet e uma conta de email.
Critérios de exclusão: Serão excluídos os estudantes:
a) que não sejam alunos regulares das instituições relacionadas e de um dos cursos especificados neste trabalho, como alunos ouvintes ou especiais, ou que tenham efetuado trancamento total do semestre;
b) que estiverem cursando menos que 3 disciplinas referentes ao 1º., 5º. ou 8º. semestre de um dos cursos especificados neste trabalho;
c) que tenham menos de 18 anos;
d) que não sejam usuários de quaisquer medicamentos psicotrópicos, após o decreto do dia 11/03/2020;
da FCE/UnB, que tiveram aulas à distância após o decreto do dia 11/03/2020;
do IESB, que não mantiveram aulas à distância após o decreto do dia 11/03/2020.
e) que estejam impossibilitados de acessar a internet e email.
Aspectos éticos
Este projeto será submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos (CEP FCE – UnB e CEP IESB), que avaliará todos os aspectos pertinentes, além do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), documento que será disponibilizado a todos os participantes desta pesquisa e que deverá ser assinado antes de qualquer tipo de coleta de dados.
Os riscos decorrentes da participação na pesquisa são a possibilidade do participante sentir-se constrangido(a) em responder as questões e o tempo gasto no preenchimento do formulário. Nesse sentido, ele poderá desistir de participar da pesquisa em qualquer momento, sem nenhum prejuízo. Como benefícios, o participante estará contribuindo para ampliar o conhecimento a respeito do uso de medicamentos psicotrópicos por universitários da área de saúde e, com isso, ajudar-nos a pensar em estratégias de enfrentamento em situações de maior vulnerabilidade, como no caso da COVID-19. Em contrapartida à participação, após a realização deste trabalho, pretende-se oferecer orientação, por meio de palestras, no intuito de informar acerca de boas práticas do uso de medicamentos psicotrópicos e de propor alternativas de tratamento, além da farmacoterapia, em situações de risco à saúde mental, visando à psico-farmaco-educação.
Procedimento
Após a seleção dos participantes e assinatura do TCLE, será enviado, por via eletrônica (e-mail), um formulário do Google Forms contendo questões, a serem formuladas posteriormente, a respeito do uso de medicamentos psicotrópicos pelos estudantes. As questões deverão abordar:
a) as justificativas para o uso (como a existência de um diagnóstico clínico);
b) se houve prescrição do(s) medicamento(s) utilizado(s) ou automedicação;
c) a frequência de uso (se houve alteração após o decreto de 11/03/2020 ou o início após esse decreto);
d) a dose utilizada (se houve alteração após o decreto de 11/03/2020);
e) a existência de associação com outros medicamentos (se houve alteração após o decreto de 11/03/2020);
f) a possível alteração no uso do(s) medicamento(s) devido à suspensão das aulas presenciais e sua continuidade (ou não) à distância;
g) o aparecimento de efeitos adversos e as estratégias para lidar com eles;
h) o uso e frequência de álcool e outras drogas nesse período;
i) o conhecimento acerca de boas práticas do uso de medicamentos psicotrópicos e de alternativas de tratamento, além da farmacoterapia;
j) e outras questões que forem pertinentes à investigação.
Após o envio do formulário, será dado o prazo de uma semana para que haja o retorno das respostas dos participantes.
O formulário contendo as questões será preparado para que seu preenchimento não ultrapasse a duração de 30 minutos ininterruptos, podendo ser, também, preenchido em mais de uma vez.
Análise dos dados
Os dados serão analisados a partir da frequência (em %) nas respostas do formulário.
Resultados Esperados
Pretende-se, com este trabalho, verificar o número de estudantes usuários de medicamentos psicotrópicos e, a partir disso, avaliar a ocorrência de uma possível potencialização no padrão de uso desses medicamentos, devido às contingências impostas pela COVID-19. A partir disso, busca-se discutir, no âmbito acadêmico, a existência de estratégias para o enfrentamento de situações de vulnerabilidade à saúde mental que sejam adequadas a essa população que, de acordo com os dados da literatura, já se encontra em risco psíquico.
Nesse sentido e, como contrapartida aos participantes deste trabalho, pretende-se oferecer orientação, por meio de palestras, aos estudantes universitários da área de saúde da FCE e do IESB, no intuito de informar acerca de boas práticas do uso de medicamentos psicotrópicos e de propor alternativas de tratamento, além da farmacoterapia, em situações de risco à saúde mental, como a pandemia da COVID-19, visando à psico-farmaco-educação.
Área de Conhecimento
Subárea de Conhecimento
Há previsão de Orçamento proveniente na unidade acadêmica?
Não
Cronograma da Execução
Junho de 2020 a Agosto de 2020 – Submissão do projeto ao Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos (CEP) – FCE/CONEP.
Setembro de 2020 a Novembro de 2020 – Desenvolvimento do formulário no Google Forms, para a coleta de dados.
Novembro de 2020 a Fevereiro de 2021 – Seleção dos estudantes e recrutamento de seus e-mails para a participação no projeto.
Março de 2021 a Dezembro de 2021 – Coleta de dados.
Abril de 2021 – Relatório parcial ao CEP.
Novembro de 2021 – Relatório parcial ao CEP.
Janeiro de 2022 a Abril de 2022 – Análise dos dados.
Maio de 2022 a Agosto de 2022 – Preparação do material a ser divulgado em congressos/publicações.
Junho de 2022 – Relatório parcial ao CEP.
Setembro de 2022 – Relatório final ao CEP.
Tempo total de execução previsto
27