Informações
Nível de aprovação pela UnB
Aprovado pela UnB
Nome Completo do Proponente
Marta Adriana Bustos Romero
Matrícula UnB
1061011
Unidade acadêmica da UnB
romero@unb.br
Link Cúrriculo Lattes
Título da Proposta
Reabilitação e Humanização de Unidades Básicas de Saúde
Sumário Executivo da Proposta
A pandemia provocada pela COVID-19 ressaltou a importância para os sistemas de saúde e sobretudo para o bem-estar da população — a priorização da saúde acontecerá em todos os níveis. Face a demanda por soluções de atendimento pelo Coronavírus as inúmeras iniciativas no campo arquitetônico mostram ao redor do mundo abrigos médicos de emergência, hospitais de erguidos rápidos feitos de contêineres de transporte reciclados e tecidos infláveis, instalações móveis de baixa custo, navios hospitalares e espaços de proteção pessoal para médicos (VHL.Architecture cooperated with Da Nang Architecture University to design a model of Mobile Hospital; Weston Williamson proposes hospital ships;. the Field Rescue Center (FRC) was created as a concept of a móbile TEU containers FRC ; CNC-Medical Emergency Module KOTKO. A proposta de construção de hospitais de campanha (onerosa e desnecessária se fizer uso dos leitos privados ociosos), assim como a ideia de revitalização de leitos públicos (poderia ter sido iniciada faz tempo). Entre as alternativas de reutilização adaptativa (estádios, estacionamentos, centros de convenções) e os abrigos de emergência acreditamos que a revitalização das edificações públicas de saúde apresentam oportunidades significativas de redução de custos operacionais por meio do aprimoramento do projeto, de um melhor gerenciamento da instalação, da adoção de equipamentos tecnologicamente mais eficientes e alterações dos hábitos dos usuários. A implantação de novos projetos e ou reabilitação sustentável de edifícios e do meio urbano é uma oportunidade impar que surge neste difícil momento. A resiliência relacionada às mudanças climáticas é algo em que temos nos focado mais recentemente, e também temos focado em questões de desigualdade social. Certamente, a COVID-19 tem chamado atenção adicional para isso, em termos de populações de baixa renda serem afetadas mais dramaticamente pelo vírus do que as populações de renda mais alta. O trabalho em casa veio para ficar, depois do Coronavírus serão criadas mais conexões digitais, assim sendo, os edifícios devem apresentar espaços seguros, (layouts menos densos, mais ar fresco, melhores sistemas de filtragem de ar, mais luz solar e mais interação com o ar livre), assim como os espaços das cidades, para acolher os cidadãos de volta porque as pessoas são atraídas por tudo o que as cidades oferecem. As pessoas precisarão ser capazes de sentir que os espaços estão limpos, e precisarão ser capazes de ver trabalhadores limpando os prédios, mitigando o contágio através de superfícies, e controle para infecção transmitida pelo ar, prevenindo, diluindo e removendo o ar contaminado para que os usuários fiquem mais confortáveis dentro deles. Neste contexto, defende-se uma abordagem de análise mais sistêmica, que aborde o edifício e a cidade em todas as suas complexidades. A abordagem energética não deve priorizar a análise tecnicista dos equipamentos, assim como a análise do grau da sustentabilidade não pode abrir mão das estratégias tecnológicas que visam a eficiência energética. Defende-se, portanto, uma análise integrada no que se referem os problemas de ordem ambiental. A prevenção de doenças de alto poder de contágio passa pela melhora da qualidade ambiental de todos os ambientes, sobretudo dos espaços de saúde. Neste sentido, uma analise aprofundada da arquitetura Hospitalar é apoiada por várias descobertas cientificas e tecnológicas ao longo da historia, como, por exemplo, a derrubada da Teoria dos Miasmas pela enfermeira Florence Nightingale, a aplicação prática da Teoria dos Germes de Pasteur, o desenvolvimento das áreas de diagnósticos e cirúrgicos, a mudança de tipologia de planta e o conceito de humanização hospitalar. Arquitetura Hospitalar passou por considerável evolução, tornando aquele ambiente de recuperação em um local mais humanizado e preocupado com o paciente (CARVALHO, 2014; BICALHO, 2010, MIQUELIN, 1992). A Avaliação Ambiental Integrada (AAI) (Romero et al, 2016) compreende uma visão bioclimática do ambiente construído fundamental para uma conformação mais sustentável dos lugares. A AAI é de fundamental importância para a redução dos impactos ambientais que o edifício promove desde sua fase de projeto, passando pela sua implantação, manutenção, e que o acompanha durante todo o seu ciclo de vida. Sob esta orientação foram realizados os termos de cooperação pela equipe de pesquisadores do LaSUS da FAU-UnB,.48/2010, 140/2011, 146/2012, 408/2013, 15/2014 e 00038.1740001/14-004 que tiveram como objeto de pesquisa: Elaboração de Modelos de Referência para Futuras Edificações da Rede de Saúde Humanizadas, capacitação de técnicos e a elaboração de projeto de estudo e pesquisa com vistas à adequação da estrutura física do conjunto de edifícios que compõem a HEMORREDE NACIONAL que nos permitiram trabalhar sob esta ótica em sete estados diferentes (CE, PA, AM, RJ, SP, RS e DF) com a elaboração de plano de reforma tendo como o edifício do Rio de Janeiro executado como modelo para as Olimpíadas de 2014 (link). Conforme especificações da RDC – ANVISA No 50 de 21 de fevereiro de 2002, em seu capítulo destinado a Condições Ambientais e Controle de Infecção, os acabamentos de paredes, pisos, tetos e bancadas, deverão, para as áreas críticas e semi-críticas, ser resistentes à lavagem e ao uso de desinfetantes, conforme o manual de Procedimentos de Artigos e superfícies em Estabelecimentos de Saúde, do Ministério da Saúde. Uma unidade de saúde, que exige a permanência prolongada de seus usuários, necessita de um cuidado especial: priorizar o tratamento humanizado. Para a confecção das soluções espaciais de uma unidade de permanência, é preciso um entendimento mínimo das condições em que esta se processa, de suas motivações funcionais e clínicas. Com a pandemia muitos conceitos amplamente adotados pela linha dos ambientes agradáveis têm que ser revistos em especial aqueles que tratam do uso de materiais e de revestimento naturais, como corrimãos de feixos, fechaduras de bronze e tapetes de fibra de sisal. Alem da imunização o conforto ambiental pode ser melhorado buscando diminuir fatores estressantes como ruídos, iluminação e ventilação inadequada, exagero no uso das cores, etc. Tendo em vista os estudos já desenvolvidos até o presente momento, a reabilitação ambiental sustentável dos edifícios de saúde representa propostas para a melhoria das condições da oferta de serviço, aumento da qualidade de trabalho dos funcionários, otimização dos processos desenvolvidos, o conforto ambiental dos usuários e ocupantes da edificação e a redução dos impactos ambientais por meio da eficientização dos sistemas componentes do espaço construído. Atualmente existem mecanismos que auxiliam a criar ambientes que fazem uso da ventilação natural como método para obtenção do conforto e da qualidade do ar, como nos softwares de simulação computacional (Computacional Fluid Dynamics – CFD, por exemplo) que simulam os efeitos dos ventos em determinados objetos e ambientes internos, mas também existem software CFD para verificação da qualidade interna em ambientes hospitalares que utilizam a estratégia de ventilação passiva (AGUIAR, 2017).
Palavras-chave
Reabilitação Ambiental Sustentável, Tecnologia da Construção Civil, Humanização do Ambiente de Saúde, Simulação da Qualidade do Ar
Número de Integrantes da Equipe
22
Nome dos Integrantes da UnB
Marta Adriana Bustos Romero, Caio Frederico e Silva, Erondina Azevedo de Lima, Daniel Richard Sant’Ana, Valmor Cerqueira Pazos, Daniela Werneck, Thiago Montenegro Góes, Rejane Jung Viegas, Júlia de Lima Adário, Nathália de Mello Faria, Abner Luis Calixter, Jamilson Sousa, Lívia Ferreira Santana, Erika Fernanda Viana de Moraes, João Renato de Carneiro Aguiar, Eliete Pinho Araújo, Éderson Oliveira Teixeira, Rita Siqueira Campos Lourenço, João Lopes Farias, Gustavo Zorzeto, Luna Catrina, David Silva Melo.
Há integrantes externos à UnB?
Sim
Possui apoio de Grupo de Pesquisa Certificado pela UnB no CNPq?
Sim
Nome/Link do Grupo de Pesquisa certificado no CNPq pela UnB
dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/1342033507202974, http://lasus.unb.br/, http://aac.unb.br/, http://sicac.unb.br/
Público alvo
Análise do Contexto
A prevenção de doenças de alto poder de contágio passa pela melhora da qualidade ambiental de todos os ambientes, sobretudo dos espaços de saúde. Tendo em vista os estudos já desenvolvidos até o presente momento, a reabilitação ambiental sustentável dos edifícios de saúde representa propostas para a melhoria das condições da oferta de serviço, aumento da qualidade de trabalho dos funcionários, otimização dos processos desenvolvidos, o conforto ambiental dos usuários e a redução dos impactos ambientais por meio da eficientização dos sistemas componentes do espaço construído. Entre as alternativas de reutilização adaptativa (estádios, estacionamentos, centros de convenções) e os abrigos de emergência acreditamos que a revitalização das edificações públicas de saúde apresentam oportunidades significativas de redução de custos operacionais por meio do aprimoramento do projeto, de um melhor gerenciamento da instalação, da adoção de equipamentos tecnologicamente mais eficientes e alterações dos hábitos dos usuários. A implantação de novos projetos e ou reabilitação sustentável de edifícios e do meio urbano é uma oportunidade impar que surge neste difícil momento. A pandemia provocada pela COVID-19 ressaltou a importância para os sistemas de saúde e sobretudo para o bem-estar da população — a priorização da saúde acontecerá em todos os níveis.
Breve Fundamentação Teórica
A política de humanização do Sistema Único de Saúde - SUS, aliada à necessidade de diminuir a ação dos agentes infecciosos nos estabelecimentos de saúde, e o impacto que estes ambientes exercem, requerem instalações eficientes. Os projetos e construções devem apresentar conceitos e métodos associados à sustentabilidade, na escala urbana e da edificação, buscando estratégias eficazes para a conservação de energia e de água. Uma unidade de saúde, que exige a permanência prolongada, necessita de um cuidado especial: priorizar o tratamento humanizado. Para a confecção das soluções espaciais de uma unidade de permanência, é preciso um entendimento mínimo das condições em que esta se processa, de suas motivações funcionais e clínicas. Com a pandemia muitos conceitos amplamente adotados pela linha dos ambientes agradáveis têm que ser revistos. Por se tratar de edifícios públicos de saúde, esta pesquisa demonstra, aos gestores públicos, a importância da qualidade dos espaços e responsabilidade ambiental para a otimização do atendimento e funcionamento dos edifícios de saúde.
Objetivos e Metas
O objetivo desta pesquisa é avaliar o grau de sustentabilidade de edificações que constituem unidades básicas de saúde e implementar um plano de reabilitação em dois níveis: emergencial (curto prazo) e estratégico (médio e longo prazos).
Com base em 01 estudo de caso localizado em área a ser determinada será aplicado método de Avaliação desenvolvido e testado pelos pesquisadores. A avaliação aplica o conceito de Reabilitação Ambiental Sustentável baseado nos critérios de sustentabilidade e de certificações existentes no Brasil, bem como novos critérios de sustentabilidade específicos que produzam recomendações inovadoras para o conjunto de construções da rede de saúde.
A avaliação fornece suporte técnico-científico ao estudo, tendo em vista a otimização dos serviços por meio da: melhoria da qualidade ambiental e humanização dos espaços; eficientização energética do edifício; e redução dos impactos ambientais advindos da implantação dos edifícios, gerando assim, produtos que tenham inovação tecnológica, que sejam ecologicamente equilibrados através da qualidade dos ambientes.
Será possível determinar quais padrões de ocupação ficarão próximos do ambiente sustentável, permitindo a classificação de situações ambientais bioclimaticamente confortáveis e sustentáveis passíveis de servirem de parâmetros para a comprovação de desempenho do ambiente urbano num claro caminho em direção à efetivação de um processo de certificação urbana e do edifício.
Quanto as Metas visamos oferecer, resultados transformados em sistema de apoio à decisão (SAD) ao construir diretrizes de avaliação da sustentabilidade do espaço construído que contribuam para a viabilidade ambiental dos elementos que compõem o conjunto dos edifícios da saúde.
Os resultados da pesquisa terão, assim, um caráter aplicado, subsidiando novas formas de intervenção. Apresentaremos os resultados da pesquisa em vários formatos: comunicações em eventos acadêmicos, artigos em periódicos especializados, capítulos de livros, livros, e uma página na internet (www.lasus.unb.br).
Metodologia
Fase I:
a) Levantamento das características do edifício analisado (piloto) com base em parâmetros de sustentabilidade.
b) Elaborar, aplicar e analisar dados coletados de Suporte técnico-científico para Resultados de Saúde e Qualidade de Vida (RSQV).
c) Modelagem computacional do edifício (piloto).
Fase II
d) Aplicação do método de Avaliação Pós-Ocupação – APO
e) Aplicação do método de Avaliação por Simulações Computacionais da Qualidade do Ar e Horas de Conforto Térmico;
f) Aplicação do método de Classificação do Nível de Eficiência Energética – INMETRO/PROCEL;
Fase III
g) Elaboração e publicação dos planos de reabilitação emergencial (curto prazo) e estratégico (médio e longo prazos).
Resultados Esperados
Atualmente o LaSUS da FAU/UnB desenvolve projetos em que são aplicados os conhecimentos inovadores obtidos nas pesquisas realizadas, aplicando técnicas e procedimentos sustentáveis, visando o estabelecimento de uma nova lógica para os edifícios e para espaços livres urbanos, respeitando as questões locais, como o bioclima, a cultura, a acessibilidade, o conforto dos usuários, por meio de soluções em sintonia com suas demandas e visando a humanização dos espaços propostos.
Compactua-se, assim, com as presentes necessidades mundiais em termos de adequação da massa edificada aos conceitos de humanização e qualidade de vida, eficiência energética, conservação da água e redução dos impactos ambientais. Por se tratar de edifícios públicos de saúde, esta pesquisa demonstra, aos gestores públicos e demais membros da sociedade, a importância da qualidade dos espaços dos seus edifícios e responsabilidade ambiental para a otimização do atendimento e funcionamento dos edifícios de saúde.
A arquitetura hospitalar já segue padrões de projeto que evitam, ao máximo, a proliferação de possíveis patógenos em suas superfícies e sistemas. Buscar incorporar alguns dos seus preceitos para projetos com outras tipologias pode ser algo a ser considerado em tempos de crise, como esse. Mas é sempre importante lembrar que recursos naturais e gratuitos, como o sol e o vento, podem tornar os ambientes muito mais saudáveis de uma forma natural e passiva.
Área de Conhecimento
Subárea de Conhecimento
Há previsão de Orçamento proveniente na unidade acadêmica?
Não
Cronograma da Execução
Chamada por edital dos assistentes de pesquisa (Alunos de Mestrado): 1 mês, Elaboração do roteiro de avaliação / diagnostica situacional da UBS a ser estudada: 6 meses, Capacitação dos bolsistas e Implantação dos trabalhos de campo (medições in loco e plantas cadastrais): 12 meses, Levantar as condições ambientais climáticas:12 meses
Adequação da UBS selecionada com base nas premissas na Reabilitação Ambiental Sustentável:11 meses, Consolidação e Publicação:2 meses. Período total de 08/2020 a 07/2021 - 24 Meses.
Tempo total de execução previsto
24